Stella Dauer 12 anos atrás
Alguém precisava trazer um concorrente à altura para o Samsung Galaxy S II, que estava reinando por muito tempo no país dos Androids. E a Motorola acertou em cheio com o RAZR XT910, que traz características muito semelhantes – quando não idênticas – ao bambambam da Samsung. Um aparelho parrudo para entretenimento e para quem procura aparelhos de alta qualidade.
Ele é no mínimo diferente. Quando pegamos ele nas mãos, logo o consideramos desengonçado. Não que ele seja feio, mas sua tela grande e a pequena espessura o deixam parecendo uma fina placa enorme para ser colocada na orelha. Ele parece, na verdade, um mini Xoom 2.
A frente é toda tomada por vidro chanfrado, e não há nenhum botão físico, sendo que todos os botões padrão do sistema são de toque, e só aparecem quando se interage com o aparelho. O formato dele é quase um retângulo, com as bordas ligeiramente "apertadas". Ele é leve, apenas 127 gramas, e tem proteção contra água, mas apenas "splashes".
Ele não é fino por igual. Na parte superior a espessura é maior devido à câmera, acompanhada do flash e também de um falante. A mesma traseira é é=quase toda coberta por uma textura emborrachada, onde também fica o kevlar, material usado em coletes à prova de balas. As bordas são de plástico cinza azulado semi brilhante muito bonito.
Há microfone na traseira e na frente, e no lado esquerdo encontramos uma tampinha que protege a entrada do microSIM e do microSD. Como não há acesso à bateria, esses cartões são acessados por fora. Do outro lado ficam o botão de energia e de volume. Em cima ficam a entrada para fones e as conexões microUSB e microHDMI.
Uma enorme tela de 4.3 polegadas, com tecnologia super AMOLED e Gorilla Glass. Apesar de ter o mesmo tamanho do Galaxy S II e as mesmas 16 milhões de cores, possui mais definição, com 540 x 960 pixels. Com essa definição e esse brilho todo – com brancos bem equilibrados –, fica ótima para ver vídeos e jogar. A resposta da tela é suave e boa, não precisa ficar apertando várias vezes para que ela responda
Resumidamente temos aqui um potente processador dual-core de 1.2GHz Cortex-A9, acompanhado de 1GB de RAM. Isso é a mesma coisa que o S II, só muda a marca dos chips. Também temos conexão WiFi b/g/n, GPS, 3G e Bluetooth 4.0, tudo de ponta. Nos sensores temos acelerômetro, proximidade e a bússola. Giroscópio só para o S II.
O hardware não deixa nada a desejar. A resposta é rápida, o sistema é adequado para isso. Testamos com diversos jogos pesados que rodam 3D, além de passá-lo por um aplicativo de benchmark, e ele não engasgou com nada. Os resultados no aplicativo de benchmark Quadrant Standard foram ótimos. O Samsung Galaxy S, que é antigo mas ainda é rápido, ficou com 800. O RAZR teve 2513 pontos!
Ele se saiu bem também nas ligações. A conexão é um pouco fraca, mas a ligação é clara e cristalina, com som bem alto.
A câmera de 8 megapixels e flash de LED trouxe bons resultados – melhor do que os que costumamos encontrar nos aparelhos da Motorola! Em situações de muita luz, se saiu bem, apenas com um pouco de blur, uma luz fantasmagórica em toda a foto.
Em pouca luz, traz bons detalhes com flash, e granula fortemente, mas dá para o gasto. A acuidade também não é impressionante, e poderia ser melhor nisso, já que são 8 megapixels. Há um sistema de panorama que tira fotos automaticamente até formar uma imagem.
São muitos os ajustes. Além de alguns efeitos de cor, possui 7 cenas interessante como retrato, automático, noite, macro e outros. Possui foto com timer, em sequência, controla exposição e flash. Também funciona com geotagueamento. Há também uma câmera frontal de 1.3MP, que serve apenas para chats.
O vídeo funciona com zoom durante a filmagem, mas deixa tudo muito granulado. Aliás, mesmo em situação de boa luz o vídeo Full HD (1080p a 30fps) também granulou. Já a recepção do som se mostrou muito boa. Para melhorar a filmagem, há também um microfone na traseira do aparelho, um cuidado visto em poucos smartphones até agora.
O áudio, inclusive, possui diversos ajustes como estéreo, redução de vento, show e outros. Muito completo, mostra o início dos smartphones que querem o lugar também das filmadoras. Mas com essa granulação, ainda não vai ser dessa vez. Não possui auto foco, mas tem uma boa estabilização.
O sistema que vem nele é o Gingerbread 2.3.5, mas a Motorola já garantiu update para o Ice Cream Sandwich. Ainda assim, ele é todo mexido pela empresa, e vem com o sistema Blur, porém muito mais integrado ao sistema e muito menos incômodo. Não tem um visual tão bonito quanto o da Samsung, mas se tornou tão usável quanto ele. Há muitos widgets sociais, transições diferentes e outras surpresas, legal de explorar. Tem suporte a Flash.
A função que é o diferencial do RAZR se chama Smart Actions. Ele é um aplicativo, mas influencia em todos os outros e também na sua produtividade. Ele funciona automaticamente, aprendendo com sua rotina, ou configurado manualmente. É possível criar gatilhos que desencadeiam ações diversas.
Por exemplo: quando você chega no trabalho, muda o perfil para silencioso. Mas, quando sai para almoçar, precisa que o aparelho toque alto. Quando chega em casa à noite e o WiFi entra em cena, você quer que ele passe a atuar com push mail. Tudo isso pode ser configurado nesse app, e isso deixa um smartphone realmente "esperto".
Outra coisa que só se percebe o valor com o tempo são grupos. Só tínhamos visto grupos antes em aparelhos da LG, mas essa é uma função matadora. É possível dividir seus aplicativos em grupos pré-selecionados pelo sistema ou criar seus próprios grupos. Para aqueles que mantém mais de 100 aplicativos na memória, é uma benção poder separar jogos de aplicativos, pelo menos.
Há bastante coisa incluída no RAZR. Além dos tradicionais, encontramos o GoToMeeeting para reuniões online, Citrix para o mesmo objetivo, Locais e amigos – que mostra locais próximos em determinadas categorias, além de mostrar o que seus amigos estão fazendo – e o QuickOffice para visualizar e editar arquivos.
Os já conhecidos são tarefas, gerenciador de arquivos, alarme, comandos de voz, Gmail, Gtalk, Latitude, Locais, Navegador, Roteador WiFi e redes sociais – um filhote do Blur.
O tocador de música tem o dedo da Motorola. Ao invés do simples player do Android, uma interface modificada que funciona junto ao Last.fm. E com o aplicativo MotoCast você transfere músicas do computador para o RAZR, ao estilo iTunes/iPhone. Há também áreas especiais para rádio online e podcasts. Se estiver conectado à internet, puxa na hora a letra da música que está tocando.
O som externo é bem alto, mas fica estourado quando nos volumes maiores. Há um equalizador, mas não melhora muito. Já o som interno, com o par de fones comuns, é bem melhor. Não se compara com os Sony e Nokias, mas tem um bom estéreo. O equalizador traz muitas opções interessantes, mas não consegue tirar o ligeiro excesso de agudos.
Para filmes, muito bom também. Graças à tela gigante, à boa definição e ao super AMOLED, é muito bom e confortável assistir vídeos nele. Ainda mais na cama, com a sua leveza. Ele aceita os formatos MP4, H.263, H.264 e WMV, mas qualquer coisa diferente disso pode ser resolvida com um aplicativo.
E ele também possui conexão HDMI – com cabo incluso, o que é muito bom – e tecnologia DLNA, que permite conectá-lo sem fios a outros dispositivos eletrônicos como home theaters, DVDs, etc. Qualquer filme FUll HD roda com seu processamento em sua HDTV.
Por ter 16GB de armazenamento, não vem com nenhum cartão de memória, mas aguenta até 32GB. Com 16GB já dá para fazer muito, e um cartão de 32GB já não custa mais tão caro.
E já que sua comparação acaba sendo com o Galaxy S II, sua bateria é tão boa quanto o modelo da Samsung. Ele ficou ligado com o WiFi por um dia inteiro e não gastou nem um terço da bateria. Com o 3G e o GPS juntos ele também mostrou um ótimo desempenho.
Uma caixa bem completa. Nada de muquiranice e simplicidade como, por exemplo, a Samsung. Aqui encontramos, além do aparelho, um par de fones, cabo HDMI – uma mão na roda, pois é um cabo caro e difícil de encontrar –, cabo USB, Há também um adaptador para que o RAZR possa ser utilizado no lapdock do Atrix.
O Motorola RAZR é um concorrente à altura do Samsung Galaxy S II. Apesar de não ser tão charmoso, é muito esperto e com seu sistema que se adequa ao usuário, possui mais definição de tela e tem conexão HDMI nativa, sem precisar de adaptador. Vai ficar para o usuário escolher qual lhe parece mais atraente.
Motorola RAZR
Preço: R$1615
Tela: 4.3 polegadas Super AMOLED
Resolução de tela: 540 x 960 pixels
Sistema operacional: Android 2.3.5 Gingerbread
Rede: GSM/HSDPA/3G
Armazenamento: 16GB internos
Câmera: 8 megapixels
Flash: sim, de LED
Conectividade: WiFi, WiFi hotspot, GPS com A-GPS, Bluetooth 4.0, 3G, DLNA, HDMI, USB
Sincroniza com PC: sim
Dimensões: 13 x 7 x 0,7 cm
Peso: 127g
Autonomia de bateria: Até 300h em stand-by / Até 9h em conversação
Itens inclusos: aparelho, par de fones, cabo HDMI, cabo USB, carregador de tomada, adaptador para lapdock, carregador veicular e manual rápido.