Carlos Cardoso 11 anos atrás
Estação de Pesquisas Russa do Lago Vostok, onde todos morrerão horrivelmente.
Nos Anos 80 os dois principais fatores que deixavam os adolescentes acordados durante a madrugada eram o Sala Especial no SBT e A Coisa - Enigma de Outro Mundo, de John Carpenter.
O filme conta a história de uma expedição na Antártica, onde cientistas desenterram uma nave alienígena contendo uma criatura que se esconde no corpo das vítimas, gerando o clássico suspense “ninguém é confiável”. Além do terror psicológico o filme tinha cenas nojentas, como esta.
Corta para a “realidade”:
Há mais de 200 lagos subglaciais na Antártida, são regiões debaixo do gelo onde calor de fontes geotermais mantém a temperatura acima do ponto de congelamento. O maior deles é o Lago Vostok, fica embaixo da estação de pesquisas russa do mesmo nome. Por lago não entenda aquela poça do Ibirapuera. O Vostk tem 250Km de comprimento, chega a 50Km de largura em algumas partes e a profundidade média é de 344 metros. Isso tudo a 4Km abaixo da superfície do gelo.
A concentração de Oxigênio no Vostok é 50 vezes maior que a média de lagos equivalentes na superfície. Amostras de gelo próximas à superfície do lago trouxeram bactérias, o que ajuda na teoria de que haja vida no Vostok.
Ou seja: Um lago subterrâneo (ou subgelâneo), sem luz, com temperatura de -3C, a uma pressão de 350 atmosferas, repleto de Oxigênio. Isolado do resto do mundo por 25 milhões de anos. Ninguém tem a menor idéia do que pode sair dali.
Nem o grupo de cientistas russos que estava a 15m da superfície do Vostok, alguns dias atrás e parou de perfurar para discutir perigos de contaminação e outros procedimentos. Valery Lukin, líder da expedição disse: “É como explorar um mundo alienígena onde ninguém foi antes. Nós não sabemos o que vamos encontrar”.
Agora o Inverno está chegando (ou você acha que há Outono por lá?) e a estação Vostok ficará isolada. Para piorar, cientistas americanos na Estação McMurdo avisaram que tem 5 dias que não conseguem qualquer comunicação com os russos.
Isolados pelo clima, sem comunicação, escavando um lago onde a Evolução teve 25 milhões de anos para criar… qualquer coisa?
Já vi esse filme. Chamem o Kurt Russell.
[atualização] Pelo menos duas estações de pesquisa na Antártica fazem exibições anuais do filme de John Carpenter -e d'O Iluminado- depois que o último avião parte, deixando as bases isoladas durante o Inverno. Portanto, não tem desculpa!