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Meu epitáfio pessoal dedicado ao SMS. Já passou da hora...

13 anos atrás

Eu digo, mas tem gente que ainda não acredita...

Ben Chinn, 37, envia a maioria das suas mensagens de texto de graça via aplicativos como o Google Voice (nos EUA) e outros, mas ainda paga U$ 5 obamas por mês para ter direito a 200 mensagens curtas (sms) via a sua operadora, a AT&T.

"Eu pago contrariado esse valor por SMSs e sinto-me roubado. Não penso que seja um preço razoável por algo que custa próximo de nada para as operadoras" -- e desabafa.

E é exatamente com clientes como ele (como eu também) que as operadoras estão bem preocupadas. O portfolio de opções de venda de SMS e seus pacotes desempenha um papel literalmente milionário em suas margens de lucro.

Nos Estados Unidos, AT&T, Verizon, Sprint e T-Mobile não vivem sem eles. O mesmo ocorre por aqui, onde a maioria praticamente absoluta das empresas não tem lucros consistentes com a venda de aparelhos, mas sim com seus serviços.

Um cenário onde um grande lançamento pode sair quase de graça, desde que você enrole voluntariamente a corda ao redor do seu próprio pescoço. Com leis de proteção ao consumidor, portabilidade, o atendimento ao cliente mais porcaria das galáxias e o escambal...

O SMS, discreto, se engendra pela mesma via e quando vemos estamos fazendo um "ótimo" negócio com a operadora, envolvendo alguma traquitana em que eles sempre estão presentes. Eles e os malditos e caros MMAsses.

O Facebook recentemente lançou um aplicativo gratuito de mensagens curtas, o Facebook Messenger. Funciona espetacularmente bem. A Apple está para colocar a disposição de milhares de usuários de iPods, iPhones e iPads o iMessenger (não é esse).

O custo para a troca dessas mensagens? Apenas os R$ 0,50 centavos por dia que a TIM cobra pela internet 3G, ou as raras promoções para navegação na web da Claro, Oi, Vivo, ou então seu plano de dados... Só. Nada de pagar por mensagens com apenas letras e números.

Por lá, o consumidor parece ter entendido rápido que o novo formato não só é gratuito, como também é melhor. Pode-se enviar áudio, fotos e vídeos, em listas de amigos, para grupos públicos ou privados; o que aqui fica um pouquinho mais caro e é na verdade o tal outro serviço (MMS).

Por lá as operadoras já estão quebrando a cabeça tentando encontrar uma maneira de continuar vendendo SMS para seus clientes, embora a queda nas aquisições deste serviço, também o seu uso, vem caindo progressivamente.

Um relatório recente da UBS Investment Research apontou claramente que "o consumidor poderá facilmente não mais pagar por mensagens curtas junto às operadoras à medida que estes aplicativos se tornarem mais populares". Amén!

A popularidade do SMS explodiu em 2005, levando cãibras ao rosto dos executivos das operadoras, que ainda riem dos lucros absurdos liderados pela mania adquirida entre adolescentes, o seu principal público.

O SMS é um excelente negócio, para elas. Apenas para enviar um pequeno grupo de caracteres, o consumidor leva até os forecasts das operadoras lucros médios de U$ 21 bilhões (apenas no ano passado, nos EUA) e estima-se, com cautela, que essa massa possa chegar a U$ 23 bi até o final de 2011, embora o tráfego de SMSs tenha caído pela primeira vez a baixos 8.7%.

Quer seja vendendo pacotes ou simplesmente cobrando por cada SMS - caso mais popular por aqui, uma vez que não se adquire popularmente pacotes de SMS no Brasil - as operadoras fazem o que podem para mante-lo bem longe do plano de dados. O que para o consumidor canarinho é uma desgraça.

Algumas operadoras americanas, como a própria AT&T, já estão a oferecer pacotes ilimitados de SMS para os clientes que adquirem um plano de dados, claro, com estes custos embutidos.

Essa semana por exemplo, a AT&T não mais oferecerá o plano de SMSs que o cliente mencionado no começo do post paga todo mês (U$5/mês por 200) e o cancelou. Agora, por U$ 10 obamas ele poderá mandar 1000 SMSs.

As empresas dizem que estão "céticas" quanto aos novos messengers gratuitos, mas a AT&T não é a primeira a quebrar o próprio preço e se adequar por causa das baixas nas vendas.

"Prefiro pagar U$ 5 ou U$ 10 em adicionais de planos de dados. Óbvio" diz Ryan Ferguson, 28, do Texas (EUA). E quem discorda?

Serviços como o TextPlus já foram baixados mais de 50 milhões de vezes e detem uma base atual de 12 milhões de usuários que já trocaram 5 bilhões de mensagens curtas entre si. Isso sendo apenas o TextPlus, um entre os vários apps gratuitos com a mesma finalidade, como WhatsApp, PingChat, Voxer, entre outros.

A expectativa da indústria é ver os novos messengers gratuitos cobrarem do usuário apenas os bytes de seus respectivos planos de dados e... mais nada.

Michael Gartenberg, do Gartner, diz que "a (simples) integração de um aplicativo como esses à plataforma que já utilizamos aumenta muito a chance de o adotarmos". Não tenha dúvida.

Simplesmente não faz mais sentido não integrar o que a internet pode oferecer à demanda de troca de mensagens curtas. Até o micro-webadvertising pode pular facilmente para dentro dos messengers gratuitos - embora eu não devesse repetir isso. E já está mais do que na hora do serviço ser bom e seu preço, justo.

Carinhosamente, morra logo SMS!

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