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Pesquisadores identificam pessoas em menos de 3 segundos em uma pesquisa envolvendo o Facebook e questionando a segurança da informação.

13 anos atrás

Pittpatt

PittPatt - protocolo de reconhecimento facial criado pela Universidade de Pittsburgh

Mais uma para adicionar ao rol de polêmicas Made in Facebook.

Pesquisadores conseguiram constatar que 1 em cada 3 pessoas pode ser identificada utilizando apenas uma fotografia no Facebook.

Os cientistas tiraram uma fotografia de 93 voluntários e tentaram rastrea-los na rede social com a ajuda de softwares facilmente disponíveis na internet.

Eles conseguiram identificar os usuários no Facebook através das suas imagens 'taggeadas' e de perfil em 3 segundos, além de serem capazes de predizer os primeiros cinco dígitos do seus SSNs (número de seguro social, o nosso CPF) em 27% das tentativas. #spooky

A sequência de passos empregados no estudo foi relativamente simples. Primeiro os cientistas subiram as imagens no PittPatt, serviço online que compara os retratos fotográficos com imagens encontradas no Facebook.

Segundo o próprio grupo de pesquisadores, o Facebook é hoje uma das principais ferramentas de identificação online, com seus mais de 750 milhões de usuários em todo o mundo e bilhões de imagens atualizadas todo mês.

No passado, identificações por imagens só eram possíveis mais facilmente através de anuários ou diretórios escolares, normalmente contendo imagens antigas e de acesso mais difícil ou demorado. Ou então, via tecnologia exclusiva das forças policiais.

Facialrecog

"Facebook: re-identificação facial de pessoas que tem se tornado o mais usado no mundo hoje"

Por outro lado, hoje, ladrões de identididade podem encontrar muito rapidamente todas as informações que precisam sobre uma pessoa, bastando apenas que estejam munidos das ferramentas adequadas e a navegar pelos endereços e serviços certos.

O estudo foi coordenado por pesquisadores da Universidade Carnegie Mellon de Pittsburgh e utilizou ou algoritmo da casa conhecido como Padrão Pittsburgh de Reconhecimento (PittPatt).

Aliás, o PittPatt acaba de ser comprado discretamente pelo Google. #curtiu?

Os 93 voluntários, jovens estudantes, foram comparados a uma base de 261,262 imagens que estão disponíveis via os seus respectivos perfis no Facebook. Em menos de 3 segundos o sistema retornou uma média de 10 perfis. O perfil correto é identificado em 30% do tempo de outros 3 possíveis.

O professor Alessandro Acquisti, responsável por coordenar a pesquisa, disse que a tecnologia evoluiu tanto a ponto de 'democratizar a vigilância'. Sei. Sendo o Google e o Facebook organismos públicos e atuais epicentros da nova ordem mund... Ah, ainda não? Ok, my bad.

A identidade de pelo menos um terço da população de alunos circulando pelo campus da universidade pode ser reconhecida até mesmo através de uma webcam barata, combinando em alguns segundos os seus dados visuais a uma série de bancos de dados, tais como os da universidade ou, ainda mais eficientemente, do próprio Facebook.

Em apenas quatro tentativas foi igualmente possível identificar os cinco primeiros digitos do SSN dos voluntários, podendo converter o produto do estudo em uma verdadeira mina de ouro para a malandragem.

Paul Ohm, professor de Direito na Universidade do Colorado, disse ao The Wall Street Journal após ler o papel que 'a pesquisa nos mostra o quão fácil é a re-identificação de pessoas e estabelece que isso é muito mais fácil do que os experts imaginavam'.

É certo que a responsabilidade direta é do próprio usuário que, sozinho, insere uma imagem no seu perfil. Entretanto, estando lá justamente para isso, a quantidade de imagens facilmente reconhecíveis é imensa.

Um grupo enviou uma reclamação junto ao órgão regulador (Federal Trade Comission) reclamando que o Facebook tem utilizado a tecnologia de reconhecimento facial biométrico silenciosamente há um bom tempo.

Tudo porque embora o pequeno texto anunciado em seu blog em Dezembro de 2010 não tenha convencido a opinião pública de que o serviço (como sempre) autônomo e frequentemente compulsório - com um opt-out para quem se ligar - não se tem esse anúncio minúsculo como algo que foi adequadamente explicado à todos.

Tudo ganha contornos mais polêmicos pelo fato de que essa tecnologia, apesar de já estar circulando entre nós há um certo tempo, ela só era usada pela agências policiais de investigação.

E o trabalho da malandragem, cada vez mais fácil.

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