Carlos Cardoso 12 anos atrás
Mesmo depois de uma incrível venda para fornecedores e uma não tão incrível venda para consumidores finais, o Galaxy Tab da Samsung ainda é um nome falado, pois foi o primeiro concorrente grande do iPad a ser lançado. Que o formato de 7 polegadas não é bom, Steve Jobs já tinha avisado, tanto que todo mundo está seguindo o padrão do iPad ou pelo menos fazendo tablets maiores que o celulão da Samsung.
A própria empresa anunciou o Galaxy Tab de 10,1 polegadas, maior que o iPad e diga-se de passagem bonito pacas.
Problema é que a Samsung, como toda a concorrência, levou um ano para produzir um concorrente pro iPad, tempo que a Apple gastou criando O sucessor do iPad, o iPad2 – a missão.
Problema? Não, sempre há mercado para aparelhos mais baratos, o problema é que sem subsídios o Galaxy Tab nos EUA pode chegar a US$900,00. Problema também é que a Samsung não entende a mentalidade do mercado de gadgets, e comete erros assustadoramente amadores, como deixar Lee Don-Joo, VP Executivo de Mobile chegar PERTO de um jornalista, ou mesmo de um blogueiro.
O zé-ruela solta, entre outras declarações, sobre o Samsung Galaxy Tab 10.1, após o lançamento do iPad2:
“Temos que melhorar as partes que não são adequadas. A Apple fez [o iPad 2] muito fino”
“O 10.1 era pra ser mais caro que o Galaxy Tab mas vamos ter que repensar isso”
Detalhe: O Galaxy Tab 10.1 AINDA NÃO FOI LANÇADO. Se você achou ruim a Motorola vender um tablet incompleto, que terá que ir pra autorizada pra funcionar com 4G, imagine a Samsung, que diz que seu equipamento é “inadequado”.
Notem, não é uma quitanda, é uma das maiores fabricantes mundiais de equipamentos eletrônicos.
Como um comentarista do Engadget colocou, não é uma competição entre empresas, é uma competição entre culturas, a cultura geek de gola de tartaruga versus a cultura corporativa do terno, da gravata e dos memorandos e reuniões intermináveis.
É a mesma cultura que fez a IBM brigar com a Microsoft durante o desenvolvimento do OS/2, quando os programadores da Microsoft otimizavam rotinas do código de 1000 para 100 linhas, e recebiam bronca da gerência da IBM, por “produtividade negativa”, já que a medição era por linhas de código comitadas no final do dia.
O único ponto positivo é a rara reversão da piada, onde um oriental se diz inadequado por algo ser grande demais.