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O futuro da Internet está nos nossos olhos

Como será a Internet do futuro? Ninguém sabe, mas esse conceito de Web of Things e microchips oculares é bem interessante.

13 anos e meio atrás

Ler o artigo The Future of the Internet, escrito por Dan Redding e publicado na Smashing Magazine, é o mesmo que fazer uma viagem para o futuro na tentativa de prever os caminhos que a Internet tomará daqui para frente. Algo impossível de se fazer com precisão, mas ainda assim um divertido e instigante exercício.

O artigo passeia por vários pontos importantes, uns mais, outros menos, alguns realmente futuristas, como a possível relação entre a Rede e viagens temporais (essas, de verdade, não como as do exercício mental que o próprio artigo é). Entre todos esses tópicos, dois me chamaram a atenção pela aplicabilidade que teriam, caso fossem reais — e, ao que tudo indica, em pouco tempo eles serão tecnicamente viáveis.

Olho.

Olho (mais em Photography Served).

O primeiro refere-se à "Web of Things", ou, mantendo o padrão, "Web das Coisas". Em termos simples, esse conceito leva à Internet informações sobre tudo via dispositivos de rastreamento, permitindo aos usuários saber o que acontece com essas coisas em tempo real e, inclusive, interagir entre elas. Adeus cachorrinhos sumidos, carros roubados e outras mazelas hoje tão comuns. Combinado com uma interface 3D a la SecondLife, seria mais ou menos uma recriação virtual extremamente realista do nosso mundo real, com tudo acontecendo igualzinho nos dois "universos", em tempo real. Há muito a ser discutido em relação a isso, especialmente quando a palavra "privacidade" vem à tona, mas algumas empresas, como a AT&T, já pesquisam o tema.

O outro ponto abordado por Redding diz respeito a implantes mecânicos em nosso corpo, ou para resumir tudo numa palavra, à criação de ciborgues. Ele afirma que, no sentido frio da palavra, hoje já existem ciborgues entre nós, como, por exemplo, pessoas que têm marca-passo. Mas como estamos falando de futuro, a especulação vai além.

Imagine levar a Internet no seu corpo, através de um microchip implantado diretamente nos olhos. Pode parecer muita ficção até mesmo para um exercício mental futurista, mas se levarmos em conta que já há casos na medicina de recuperação parcial da visão via implante de "retina digital", a situação hipotética em debate fica mais próxima da realidade. Barbara Campbell recebeu um chip no olho que recebe imagens externas e estimula células em sua retina com a finalidade de transmitir imagens para o cérebro. Funciona. Parece mágica.

HUD de Halo: em breve, nos seus olhos.

HUD de Halo: em breve, nos seus olhos.

Agora pense num microchip parecido, porém com o objetivo de estender as capacidades visuais do usuário. Uma HUD bem feita poderia transformar nossa visão nalgo próximo do que Master Chief vê em suas missões interplanetárias. Ou melhor: em algo tão legal quanto, mas mais útil. Conectado à Internet, esse microchip poderia identificar, em tempo real, elementos visualizados pelo usuário, mais ou menos com o Google Goggles, e fornecer informações precisas obtidas de bancos de dados online no campo de visão da pessoa. Com os avanços tecnológicos, esse mesmo microchip poderia ter toques de realidade aumentada, facilitando trabalhos diversos como, por exemplo, analisar a decoração de uma sala antes de colocar a mão na massa. Junto essa tecnologia com o conceito de Web of Things, e pessoas sumidas, crimes sem solução, pessoas cegas... tudo isso seria passado.

A única questão que implicaria em problemas de ordem política e filosófica diz respeito à (novamente) privacidade. Quem controlaria isso tudo? Como seria tratada a visão das pessoas enquanto conteúdo? Enfim, perguntas que ainda não têm respostas, relacionadas a conceitos que ainda não existem realmente. Mas que tudo isso é muito interessante, isso é.

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