Carlos Cardoso 5 anos atrás
Em 1994 no ótimo Perigo Real e Imediato, baseado no livro de Tom Clancy um grande traficante colombiano é identificado através de reconhecimento de voz e monitoramento de ligações telefônicas. Na época parecia ficção científica e provavelmente era, não havia banda de dados nem computadores suficientes pra fazer esse tipo de interceptação em grande escala.
Hoje há, e até a Interpol já detém essa tecnologia, e está disponibilizando para 192 agências de segurança no mundo.
É o SIIP, Speaker Identification Integrated Project, com ele a voz se une a fotos, DNA e digitais como forma de identificar suspeitos. O funcionamento é relativamente simples. Uma amostra de voz do suspeito é enviada para o SIIP. Nos servidores do serviço o arquivo de áudio é limpo, preparado e comparado com o banco de dados.
O sistema é capaz de determinar gênero, idade, idioma e até sotaque.
A comparação não é feita apenas com o banco de dados do SIIP, ele também pode vasculhar mídias sociais atrás do suspeito. Isso mesmo, ele escaneia Instagram, Facebook, Twitter atrás de vídeos e áudios, e se identifica o suspeito, marca aquele conteúdo como “de interesse”.
A tecnologia por enquanto é mais útil para grandes crimes e bandidos foragidos internacionalmente, mas é inevitável que se torne mais acessível e difundida. E com a igual popularização de gente fazendo streaming de eventos e até do dia-a-dia, mais e mais prisões serão feitas. O medo inevitável é isso cair em mãos erradas, ou certas pelos motivos errados, sei lá.
A realidade é que isso SERÁ usado pelas agências questionáveis em busca de subversivos e outros indesejáveis. Qualquer legislação que proíba o uso legal desse tipo de tecnologia só prejudicará as agências de manutenção da Lei honestas e bem-intencionadas. A caixa de Pandora já foi aberta, agora é tarde para fechar.
Fonte: The Intercept.