Carlos Cardoso 5 anos atrás
Nos filmes ir ao espaço é tão simples quanto pegar seu X-34, ir até o espaçoporto mais próximo que seja um antro de escória e vilania e contratar um piloto marrento. Na realidade é muito mais complicado. Lançamentos demandam meses de planejamento, o que é ok se você é a NASA ou a SpaceX, com clientes comerciais, mas em situações estratégicas isso é um problema.
As operadoras de satélites mantém planos de contingência com satélites-reserva, contratos de assistência mútua com a concorrência, tudo pra em caso de uma falha, manter a cobertura, mas no caso dos satélites militares, isso não é muito viável.
Um satélite de defesa que saia do ar é uma perda grande, ainda mais se for deliberadamente abatido, tecnologia que a China por exemplo tem. Os EUA já tiveram mas abandonaram por achar que não seria necessário.
Quando seus submarinos precisam de comunicação, suas tropas precisam de imagens em tempo real do inimigo e sua cobertura de GPS não pode ter falhas, é inviável esperar meses por um lançamento. A DARPA, a agência de pesquisas avançadas do Departamento de Defesa dos EUA, quer resolver isso, com um desafio.
Eles tem por tradição apresentar problemas e premiar soluções, e agora vão dar US$ 10 milhões pros vencedores (se houver) do novo desafio: mais pro final de 2019 os participantes terão que lançar dois satélites com dias, no máximo algumas semanas entre um e outro.
Até aí nada demais, mas eles serão avisados em cima da hora, e só então receberão detalhes como massa do satélite, tipo, órbita e local de lançamento. Ah sim o segundo será lançado de um lugar diferente do primeiro.
Não é um desafio que interesse à SpaceX, mas empresas com lançadores pequenos, capazes de levar cargas de até uma tonelada e com agilidade garantida pela simplicidade de seus sistemas podem ter uma boa oportunidade de — sem trocadilhos — ganhar espaço.
Fonte: DARPA.