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IoT, carros autônomos, AI, VR e 5G: saiba mais sobre o Intel Press Summit 2017

O diretor-geral da Intel Brasil Mauricio Ruiz e outros executivos da empresa apresentaram em um evento as apostas da Intel, como IoT, inteligência artificial, VR e 5G.

6 anos atrás

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Fomos convidados pela Intel para participar do Intel Press Summit 2017, um retrospecto do ano da Intel que também busca mostrar quais serão as prioridades da empresa para 2018, nominalmente IoT, carros autônomos, 5G, VR, indo além do carro chefe da empresa, seus processadores.

Abrindo o evento, o diretor-geral da Intel Brasil, Mauricio Ruiz trouxe questionamentos bem interessantes, no mundo em transformação no qual vivemos, os dados são o novo petróleo. Ele citou a cultura de compartilhamento de bens que é cada vez mais comum, na qual você não precisa ter um bem, pode simplesmente usar o serviço. Ruiz acredita que já é (e será cada vez mais) comum ver pessoas das novas gerações que não fazem a menor questão de ter o próprio carro, preferindo a praticidade de usar um aplicativo de táxi.

A Intel acredita que um dia as estradas serão ocupadas por carros autônomos, capazes de se reconhecerem (e evitarem colisões) entre si, além de todo o ambiente em sua volta, o que potencialmente poderia reduzir drasticamente o número de acidentes que é responsável por muitas mortes no Brasil e no mundo.

A inovação está distribuída em todos os setores, misturando os negócios tradicionais com os digitais. Ao mesmo tempo em que até 140 milhões de empregos podem ser afetados pela nova economia, outros podem ser criados através de novos modelos de negócios baseados no compartilhamento, na co-criação e em experiências (como VR e wearables). A previsão de dados gerados por esta sociedade conectada em 2020 é impressionante, como por exemplo 4 TB por um carro autônomo, 40 TB por um avião e 1 PB por uma fábrica conectada.

Para a Intel, toda esta disrupção traz um mundo de novas oportunidades. Nas palavras de Ruiz: “As empresas que fazem sucesso são voltadas a dados, e cada vez querem gerar mais dados. Elas entendem que o mundo é inteligente, e vai ser conectado”.

Falando de negócios

Ruiz sabe que o modelo de negócio da Intel foi desafiado, e conta que a empresa está mudando, assim como seus clientes estão mudando.Os pilares estratégicos da Intel para seu futuro próximo são carros autônomos, inteligência artificial, realidade virtual e conectividade 5G, que é necessária para que todos os outros funcionem. Sim, o PC e adjacências continua sendo a principal fonte de lucros da Intel (se esta divisão fosse uma empresa independente, estaria entre as 20 maiores do mundo), mas a empresa segue inovando e investindo forte em outras áreas, adquirindo empresas promissoras, e se mantendo fiel a “estratégia no guardanapo” do CEO Brian Krzanich, com foco no Cloud e no Data Center, em memória (com destaque para a impressionante memória Optane), os processadores programáveis FPGA e os aparelhos e coisas conectadas (IoT).

Os motivos para a Intel investir nisto? Bem simples, a busca pelo bom e velho lucro. A Intel quer muito aumentar sua participação no mercado de PC e adjacências, que tem um potencial de US$ 60 bilhões, e também no mercado de Data Center um potencial de US$ 65 bilhões, no mercado de memória (US$ 55 bilhões) e no de IoT (US$ 30 bilhões). Para chegar nestes objetivos, a Intel tem feito colaborações intensas com seus clientes e parceiros, em várias áreas. 

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Optane

A memória Optane é baseada na memória 3D XPoint, e além de ser muito mais rápida, dura muito mais, mas tem uma latência menor do que a memória RAM. Ela já está disponível no Brasil em versões de 16 e 32 GB (para PCs). Na demonstração do Optane foi feito um comparativo entre dois computadores iguais, um com 16 GB de memória e outro com apenas 4GB de RAM e um pente de aceleração Intel Optane de 16GB (o Optane não substitui a memória RAM ou o SSD), ambos carregando uma imagem de 300 MB. O resultado foi simplesmente chocante, com a máquina com o Optane dando 4 voltas (reboots) em cima do outro. Gravei um vídeo e posto logo mais no canal para vocês verem.

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Portfólio Intel Nervana

Roberto Mattos apresentou o portfólio do Intel Nervana, dividido entre experiências, plataformas, frameworks, bibliotecas e o hardware da Intel, é claro. O desafio da Intel é usar o seu set de hardware para fazer melhor uso da AI. Ele acredita que a inteligência artificial é a próxima grande onda, e também a próxima grande oportunidade, já que 58% das pessoas têm interesse em AI, mas só 12% já trabalham com a tecnologia. A Intel AI Academy traz noções básicas de inteligência artificial e redes neurais e merece uma visita.

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Apostando alto em IoT e carros conectados

Fabio Tagnin (gerente de vendas IoT da Intel para a América Latina) falou sobre a segurança necessária com a tecnologia: “Se não houver segurança, cada câmera, cada geladeira, cada aparelho conectado é uma porta que você está abrindo”, conta. Para a Intel, existem 3 estágios do IoT, conectado, inteligente e autônomo.

Mas como chegar até esta visão de um mundo autônomo? Usando Machine Learning e Deep Learning, Reasoning Systems (com a compra da Saffron), soluções programáveis e visão computacional (Movidius e Mobileye). Tagnin também falou sobre carros autônomos, citando que a nova geração não tem o mesmo apego a carros que as gerações anteriores, como Ruiz havia dito na sua palestra.

O Brasil é o 3º país do mundo em mortes no trânsito, e o 2º país em mortes de moto. As principais causas de acidentes do trânsito são os motoristas, enquanto a maioria das vítimas são pedestres, passageiros e motociclistas. Como resolver esta questão? A longo prazo, reduzindo o número de motoristas até nos livrarmos definitivamente deles, usando tecnologias embarcadas nos carros e sensores com sistemas agregados.

Ele citou os 5 diferentes níveis de carros autônomos, e as tecnologias usadas hoje em dia, como radares, LIDAR, câmeras e sensores de proximidade. A Intel lançou este ano a plataforma para carros autônomos Intel Go, e está fazendo parcerias com empresas como a Waymo, do Google.

A Intel e a Inteligência Artificial

Na parte da tarde, Ruiz fez outra palestra, desta vez sobre o incrível potencial disruptivo da inteligência artificial em várias indústrias, como a da saúde, agricultura, segurança, e muitas outras aplicações. Em se tratando de AI, para a Intel não existe solução única, tudo depende da necessidade. A empresa acredita em manter o processador mais perto dos dados, em transferir capacidade para a ponta enquanto tudo não está na nuvem.

O objetivo é fazer com que os sistemas se aproximem da forma de pensar do ser humano. “Assumimos o compromisso no ano passado de aumentar a capacidade de processamento de treinamento de algoritmos em até 100× até 2020” conta Mauricio Ruiz. “É isso que vai tornar a inteligência artificial em algo mainstream”.

Gostei particularmente do projeto de monitoramento de baleias com drones SnotBot, que captam o líquido expelido pelas baleias para acompanhar a saúde sem necessidade de qualquer intrusão. As caudas das baleias são únicas e podem ser usadas para identificar cada uma com precisão usando a solução da Intel.

Ruiz também falou sobre o processador Intel Nervana Neural Network Processor (NNP), criado especialmente para aplicações e desenvolvimento de inteligência artificial, e sobre o novíssimo Intel Loihi (ainda não é um produto, e sim um projeto do Intel Labs), um processador que vai “aprender sozinho” através de computação neuromórfica.

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