Ronaldo Gogoni 5 anos atrás
Houve um tempo em que todo mundo queria entrar na China e não é para menos: o País do Meio caminha a passos largos para se tornar a maior potência econômica do planeta e concentra o grosso da produção de inúmeras empresas, além de ser um mercado consumidor gigantesco com mais de um bilhão de clientes em potencial. Logo, como ignorá-lo?
A Amazon também queria muito fazer com que seus negócios deslanchassem na China, mas seu modelo é concorrente de grandes companhias locais como a JD.com e principalmente, a Alibaba. A empresa de Jack Ma inclusive goza dos favores do premiê Xi Jinping, que é notoriamente avesso à expansão das empresas estrangeiras no país (mas gosta do dinheiro delas; é complicado) e por causa disso e de outros fatores, a Amazon não consegue muito espaço e não conta com benefícios de modo a concorrer de igual para igual.
Nos últimos anos a empresa teve que se sujeitar inclusive a trabalhar junto com a Alibaba, e após uma década entendeu que ao menos para ela não vale a pena continuar dando murro em ponto de faca; ela nunca conseguirá alcançar a primeira posição não só porque JD.com e Alibaba já fazem parte da vida dos chineses, mas porque o governo local irá protegê-las também.
Logo Jeff Bezos passou a se concentrar nos últimos anos em um mercado tão promissor quanto: a Índia. Pelo menos desde 2015 o país recebe um grande destaque nos anúncios anuais aos investidores, mais do que o reservado à China:
No último anúncio o CFO Brian Olsavsky mencionou o lançamento do Amazon Prime em ambos países em 2016, mas ele só decolou na Índia. O executivo disse no relatório que a taxa de adoção do serviço no país nos primeiros 12 meses excedeu à de qualquer outro em que ele está disponível; dando a entender que ao menos de agora em diante os esforços da companhia em morder uma fatia maior do mercado chinês serão diminuídos, em prol de fortalecer a presença da marca em solo indiano que possui quase tantos consumidores em potencial quanto seu vizinho do norte.
Isso pode incentivar a Amazon a reforçar inclusive em outros países em desenvolvimento, como os demais membros do BRICS que não a China como Rússia, África do Sul e Brasil. É melhor investir em economias mais abertas do que insistir em tentar fazer a diferença em um mercado que criou uma enorme resistência a companhias estrangeiras, visto que muitas empresas grandes e pequenas estão passando por poucas e boas na China.
Fonte: Recode.
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