Carlos Cardoso 6 anos atrás
Um dos inconvenientes dos canhões navais é que para ser eficiente e ter bastante munição, seu navio precisava ser um enorme depósito de pólvora ambulante. Os paióis costumavam ser blindados, mas nem sempre adiantava. Em 24 de maio de 1941 não adiantou. Durante a batalha do Estreito da Dinamarca a nau capitânia da marinha inglesa, o cruzador HMS Hood enfrentou uma esquadra alemã liderada pelo Bismark.
Disparando de 18 km de distância os alemães acertaram em cheio com seus canhões de 380 mm. O projétil de quase uma tonelada destroçou a torre de observação do Hood, e penetrou em cheio um dos depósitos de munição. A explosão foi imensa. Em 3 minutos o Hood havia afundado junto com 1.418 almas. Somente três marinheiros sobreviveram.
As railguns pretendem eliminar esse tipo de situação, pois não utilizam explosivos nem nos projéteis. Eles são acelerados por campos eletromagnéticos e a energia destrutiva no impacto é puramente energia cinética, um sub-produto de viajar 4× mais rápido que um projétil normal.
A Marinha dos EUA vem desenvolvendo railguns faz tempo, e a última novidade é o tiro em cadência. Os engenheiros finalmente conseguiram que os bancos de super-capacitores sejam recarregados rapidamente, e demonstraram isso neste vídeo:
O grande inconveniente das railguns, ocuparem muito espaço e exigirem quantidades obscenas de eletricidade, são coisas que navios tiram de letra. A única parte triste é que no futuro não teremos mais encouraçados cuspindo o fogo do inferno em cima do inimigo:
Bônus: vídeo-resumo da área de testes de armas da Marinha em China Lake, Califórnia. Note que a maioria dos testes é feito sem ogiva. Explosivos eles já sabem que funcionam, importante é determinar precisão. Destaque para o minuto 1:30 quando é testada uma bomba de penetração (epa!).