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A NASA também tinha a Escotilha da Mãe

Durante um tempo a NASA nutriu a ilusão de que havia uma opção além de morrer horrivelmente, em caso de despressurização catastrófica de uma nave em órbita. Tanto que chegaram ao ponto de criar um mini-salva-vidas para proteger os astronautas, à espera de um resgate…

7 anos atrás

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Submarinos possuem vários dispositivos de segurança, de bóias sinalizadoras de emergência a velas que liberam oxigênio quando queimadas. O mais importante desses dispositivos é a escotilha de escape, por onde os tripulantes saem, usando respiradores de emergência.

O pequeno detalhe é que ela não funciona abaixo de 30 ou 40 metros, o barco precisa estar nivelado e os compartimentos até a escotilha não podem estar inundados. Ela é conhecida como Escotilha da Mãe, para quando a mãe visitar os filhos e conhecer o submarino, quando demonstrar preocupação eles apontam não tem problema, em caso de perigo a gente escapa por aqui. É basicamente a única utilidade real da escotilha.

A NASA, seguindo esse exemplo projetou a PRE — Personal Rescue Enclosure, uma bola pressurizada para resgate de astronautas. Na cabeça dos sujeitos era importante evitar um cenário como o de 2001, quando um astronauta é surpreendido por uma emergência sem o traje espacial.

Os Shuttles não levavam trajes pra todo mundo, e em caso de despressurização total sequer haveria tempo para colocar o traje. A solução?

Entrar em uma PRE e esperar o resgate. Se houver um ou dois astronautas em trajes espaciais, eles cuidam dos procedimentos de emergência. Sim, pois dentro da PRE você não consegue fazer nada. Ela não tem rádios, somente removedores de CO2 e suprimento de oxigênio. A própria locomoção depende de um astronauta puxar você pela alça.

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No cenário perfeito idealizado pela NASA um segundo Shuttle pararia do lado do acidentado, um astronauta recolheria os tripulantes em seus casulos de sobrevivência e todos voltariam felizes para a Terra.

Aí alguém se tocou que mesmo com um esforço heróico um segundo Shuttle só conseguiria ser preparado para lançamento em um mês, e a PRE só tinha suprimento de ar para uma hora.

As chances de alguém ser resgatado no espaço em 1 h são menores que zero, consertar uma despressurização catastrófica em menos tempo que isso é igualmente impossível.

Depois de mais de dez anos de discussão, projeto, protótipos e fotos promocionais, a NASA desistiu da idéia, e o PRE nunca chegou a voar. Spaceballs continua ficção.

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