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Intel vai deixar de cobrar royalties da tecnologia Thunderbolt 3

Agora vai: a Intel vai abrir mão de royalties do Thunderbolt 3 e integrará a tecnologia diretamente em seus processadores; meta é forçar a indústria a adotar o padrão.

7 anos atrás

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A Intel tentou por anos forçar o padrão Thunderbolt na indústria como uma solução melhor que o USB, só que não deu certo mesmo isso sendo verdade. Poucos fabricantes adotaram o conector, com exceção da Apple e a presença dele nas versões 1.0 e 2.0 em periféricos era praticamente nula. Para piorar o padrão USB 3.0, embora não tão rápido quanto supria as necessidades de muitos por bastante tempo, e o Thunderbolt permaneceu por uma época relegado a estações de produção e edição de vídeo, que dependiam de Macs e transmissão de dados massiva.

Até que em 2015 a Intel jogou a toalha, e nas especificações do Thunderbolt 3 abriu mão do conector proprietário e adotou o form factor do USB Type-C, permitindo que os fabricantes tornassem as portas compatíveis tanto com seu padrão quanto com USB 3.1. Já na época surgiram placas-mãe assim.

Ainda assim a adoção do Thunderbolt é muito baixa se comparada com o avanço do USB-C, mesmo permitindo uma taxa de transferência de dados de 40 Gb/s (o USB 3.1 não passa de 10 Gb/s) e a possibilidade de transmitir dados, vídeos e energia. Ela pode ser usada no lugar da porta HDMI e alimentar o dispositivo ao mesmo tempo sem problema, tanto que aquele Macbook polêmico só possui uma entrada e nada mais. Ainda assim as OEMs e usuários preferem insistir no USB e só agora engatinham para substituir os conectores Type-A e B pelo Type-C.

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Um dos motivos é financeiro, a Intel cobra royalties dos fabricantes para que esses implemente o Thunderbolt 3 em suas soluções e como se sabe, a Apple é uma das poucas dispostas (leia-se tem dinheiro de sobra) a fazê-lo. Outro problema é a integração, que não é nativa na CPU mesmo nos seus próprios processadores e obriga as fabricantes a realizarem todo o trabalho pesado. E esses são os dois pontos que a Intel está mudando.

Através de um comunicado oficial a empresa anunciou que irá integrar a tecnologia Thunderbolt 3 diretamente em sua própria geração de processadores, o que permitirá aos fabricantes criar interfaces mais simples e leves utilizando a porta USB-C, já previamente compatível com o USB 3.1. Isso significa que a médio prazo todas as portas de conexão poderão ser iguais, sendo utilizadas para os mais diversos fins. Claro que ainda veremos a conexão USB tradicional por aí por um bom tempo por questões de legado, mas esta é uma medida necessária e bem-vinda.

A segunda novidade é a decisão da Intel de abrir mão dos royalties da tecnologia, através da liberação do protocolo de especificações um uma licença isenta, não-exclusiva e livre para todos, inclusive para concorrente como a AMD fazerem o mesmo que ela e implementar a tecnologia direto em seus chips. Isso visa também reduzir o custo de produção dos cabos dedicados que precisam ser robustos para resistir a maiores tensões e correntes, e por isso mesmo são bem caros de se produzir.

A intenção da Intel é pegar toda a indústria pela mão e força-la a migrar de uma vez por todas para o novo formato, utilizando o USB-C como uma porta universal compatível com ambos os padrões e permitindo a interconexão de uma gama imensa de dispositivos, ao mesmo tempo que combate a confusão dos cabos, sem falar em sua posição de promover o conector como um sucessor da porta P2 para soluções de áudio.

A Intel pretende liberar a tecnologia para todos até o fim de 2017, logo poderemos ver mais dispositivos com a porta USB-C compatível nos próximos anos.

Fonte: Intel.

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