Carlos Cardoso 6 anos atrás
O Everest não é para amadores. É uma das mais difíceis escaladas do planeta, mais de 280 pessoas já morreram tentando. O último ano sem mortes foi em 1977. O Everest é uma bênção e uma maldição para o Nepal, que ao mesmo tempo em que fatura com o turismo e a venda de licenças de escaladas, tem que arcar com as missões de resgate e, de tempos em tempos, com a remoção dos corpos que começam a aparecer no verão.
Agora resolveram testar uma solução: alpinistas começarão a ter que usar receptores GPS com transmissores de localização. O objetivo oficial é evitar fraudes, já que muita gente não chega até o topo, mas photoshopa imagens e quando desce exige o certificado de que chegou lá em cima. Eu faria o mesmo, afinal de que adianta um platô mais abaixo? Só o cume interessa.
A razão real? É péssimo para os negócios o turista estar subindo a montanha e dar de cara com isto (NSFW, NSFL, não clique, eu avisei).
Ok, tecnicamente a imagem acima é de um sujeito que morreu em uma montanha no México, mas você entendeu o drama. Subir para remover esses corpos custa caro, muito mais do que uma expedição normal. Com os transmissores, assim que o sujeito parar de se mover por mais de algumas horas, já dá pra mandar os sherpas atrás, e recuperar o transmissor — US$ 300,00 no Nepal é uma boa grana — e descer com o presunto, sem ter que perder tempo vasculhando por dias.
Resta saber agora qual será a nova trapaça. Eu sugiro pagar a um sherpa para subir ao cume levando os transmissores de todo mundo, enquanto toma-se uma vodca no acampamento-base.
Fonte: Miami Herald.