Carlos Cardoso 6 anos atrás
Uma coisa temos que admitir: ao contrário de Barack Obama, que prometeu honrar seu Nobel da Paz e fechar Guantânamo, Donald Trump está cumprindo suas promessas de campanha. E uma delas é resolver o problema do Aquecimento Global. Para este último ele está usando a estratégia do Avestruz, claro.
Da mesma forma que o CDC é proibido por Lei de fazer qualquer pesquisa envolvendo violência armada (não é de hoje, isso dura mais de 20 anos) outras tentativas tentam deter a Ciência por decreto. A mais mesquinha vejo do Laranjão-em-Chefe, que não gostou que um perfil do Twitter ligado ao Serviço Nacional de Parques estava tuitando fatos sobre o Aquecimento Global, a maior ameaça à Humanidade dos últimos 650 milhões de anos ou do lançamento da Banda Kaoma, o que veio primeiro.
Republicanos, assim como Homer Simpson, não gostam de fatos: “fatos são superestimados, você pude usar fatos para provar qualquer coisa que seja remotamente verdade”, e Trump tomou uma atitude contra isso. Mandou a agência parar imediatamente com os tweets.
Mais ainda: todas as agências científicas receberam um memorando avisando para pararem com tweets, posts de Facebook, blogs e outros tipos de divulgação.
A Agência de Proteção Ambiental especialmente está sendo alvo de censura, não podem emitir nenhuma comunicação de caráter político. Na verdade todos os funcionários das agências sequer podem mais dar entrevistas sem autorização.
Isso, claro, não caiu bem em gente que VIVE divulgação científica. Os cientistas estão preparando várias marchas de protesto, mas como são cientistas, não chiliquentos de Facebook, correram atrás e criaram contas rebeldes das agências censuradas.
Em algumas horas enquanto a oficial @natlparkservice tinha 384 mil seguidores, a piratex @altnatparkser acumulou mais de um milhão.
Aqui a lista atualizada de agências rebeldes. 47 e crescendo.
Se quiser manter a Ciência calada Trump vai ter que fazer muito mais do que proibir tweets. A Ciência já enfrentou gente muito melhor e muito mais poderosa do que uma laranja megalomaníaca, e sobreviveu.
E pur si muove, motherfucker!
Fonte: The Washington Post.