Carlos Cardoso 6 anos atrás
Eu sei que é comum descer a lenha no Discovery, no History e em todos os canais ditos de ciências que enchem suas grades de lenhadores, leiloeiros, alienígenas, mineiros, sereias, dragões, bebedores de mijo e gente pelada. Também sei que vivemos no mundo real, e esses canais precisam pagar as contas, mas poxa, precisam veicular TANTO lixo?
O History tem programas ótimos como o Gigantes do Brasil, Gigantes da Indústria, Museum Men e os documentários da Segunda Guerra… O Discovery idem, mas como bancar esses programas, com a audiência caindo cada vez mais? Internet, oras.
Com receita bruta de US$ 6 bilhões, o conglomerado Discovery Communications comanda dezenas de canais, o carro-chefe é o Discovery, com 92 milhões de espectadores. Só que esses espectadores não estão mais na TV, eles estão no mobile.
US$ 100 milhões foram colocados na criação do Group Nine Media, uma empresa que engloba vários sites, serviços digitais, portais de vídeos de animais e o acervo digital do Grupo Discovery. O objetivo é levar o conteúdo deles para os 7 bilhões de dispositivos no mundo com capacidade de streaming.
Segundo David Zaslav, CEO do Grupo Discovery eles são ótimos em criar conteúdo curto e atraente, que é o que o público está procurando e gosta de compartilhar. Quer saber? É verdade. Se tirar a encheção de linguiça é tranquilo editar um episódio de Mythbusters em um quadro de 2 ou 3 minutos.
Que o Discovery nunca chegará aos números dos vlogueiros tradicionais, é de se esperar, afinal bobagem vende muito mais do que ciência, mas a existência de tantos canais sobre ciência no YouTube mostram que há sim um público que consome esse tipo de material.
Parêntese:
Aproveito para recomendar três canais excelentes:
Fecha Parêntese.
Zaslav diz que o Discovery é uma marca conhecida em mais de 200 países, e que focar em ciência trará mais oportunidades. Isso é promissor, bom mesmo de se ouvir, e ele vai além, diz que vivemos um momento cultural onde “Smart is the new sexy”.
Infelizmente é uma esperança vã, quando o primeiro relatório chegar ninguém vai pensar duas vezes antes de limar um vídeo da NASA e colocar no lugar o Bear Grylls comendo cocô e ganhando 7.438.493.213 views.
Fonte: Reuters.