Carlos Cardoso 7 anos atrás
Em filmes de ficção é muito comum os computadores avisarem por voz todos os alertas, comandos e medições. Isso tem a função principal de exposição. No livro você pode dizer “então o alarme de baixa pressão soou, alertando o astronauta”. No filme o bipbipbiiiip do tal alarme não quer dizer nada para o espectador, já “Alerta — baixa pressão no tanque principal” explica o problema.
Na prática você tem painéis de instrumentos usados para monitorar os sistemas da nave/avião/submarino, e um operador treinado absorve muito mais informação assim, ainda mais se forem vários alarmes simultâneos.
Não que voz não seja usada. Aviadores conhecem a Betty Aporrinhadora e seus alertas propositalmente irritantes, mas agora talvez mais e mais alertas de voz sejam usados. Uma pesquisa de Aniko Sandor, do Johnson Space Center testou o tempo de reação de pessoas comparando alertas de voz e bipes.
Em média as pessoas clicavam nos ícones dos alertas 300 ms mais rápido quando era voz. O circuito cerebral que decodifica as palavras “fogo!” ou “Xenomorfos no Deck 4” é mais rápido do que o que tem que lembrar da associação entre bip-bipbip-bzzzzz com “falha na contenção da antimatéria”.
O teste foi além: em uma simulação de atividades em uma estação espacial, voluntários tinham que reagir a alarmes enquanto cuidavam de outras tarefas. Um anormal (imagino que seja um Android, como o Bishop) teve tempos iguais para todos os alarmes. Os outros cinco participantes tiveram em média um tempo de reação cinco segundos mais rápido com alertas de voz.
Isso é muito tempo em uma emergência, então é provável que futuros sistemas de aviso priorizem os alertas e usem mais vozes do que bipes e luzes.
Do nosso lado seria interessante sistemas mais pró-ativos, Siri e Cortana são ótimas mas elas nunca iniciam conversação, e no PC o máximo que temos é a moça do Avast.
Fonte: New Scientist.