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Windows Marketplace: Postura antipática ou eles têm um plano?

15 anos atrás

Depois que a Apple demonstrou que há um contingente imenso de gente disposta a pagar por aplicativos mobile, caso a compra seja conveniente, os aplicativos sejam baratos e interessantes e o processo não envolva necessariamente um computador, todo mundo foi atrás.

O Google, como o Android Market é Open Source e do bem, assimilou e aprimorou o conceito, claro. Já a Microsoft copiou a Apple descaradamente com seu Windows Marketplace. A Palm, se relevante fosse, teria copiado também, com a Palm Store ou seja lá como vão chamar a Loja do Pré, o Palm Anunciado e Ainda Não Lançado.

De todas elas a loja da Microsoft é a mais "fechada", é quase uma Daslu Digital. Deveria ser o contrário, a Apple é a mais chique, e mais exclusiva. Então porque é tão mais fácil publicar algo na App Store?

A Microsoft, pelo contrário, está restringindo pesadamente o oba-oba. Tanto ela quanto a Apple cobram US$99,00 para o desenvolvedor se associar à loja, mas enquanto a Apple libera a quantidade de aplicações que o desenvolvedor pode enviar, a Microsoft limita em 5, após as quais cada nova aplicação custará US$99,00 para ser avaliada e (talvez) disponibilizada.

Ah sim, atualizações são consideradas uma nova aplicação e caem no limite de 5 também.

Feio, feio, Microsoft restringindo os desenvolvedores, certo?

Huumm.... não.

A Apple abriu as pernas no bom sentido (não que haja mau) por um único motivo: O iPhone era uma plataforma nova e eles precisavam desesperadamente de uma boa biblioteca de programas, sem a qual o aparelho não decolaria. É como a Microsoft no desktop, Developers Developers Developers. Todo mundo, menos os freetards mais xiitas reconhecem o quanto a Microsoft mima os desenvolvedores, e desejam secretamente um MSDN para Linux.

Já o Windows Mobile, bem... ele já tem uma base instalada muito forte, só com os programas nativos um smartphone WM é uma ferramenta completa (ao contrário do iPhone) e com grande peso no mercado corporativo, a Microsoft já tem gás pra bancar uma loja.

Por falar em gás, esse é o problema da Loja da Apple:

Só uma amostra do resultado da busca por "Fart". Sim, depois que um sujeito ganhou US$10 mil por dia, faturou mais de US$150.000 e largou o emprego na Sun, com uma aplicação de peidos no iPhone, surgiram mais de 400 programas envolvendo flatulência, na App Store.

Segundo um notório desenvolvedor, "qualidade é irrelevante", vale a regra dos 5 segundos: Se o programinha chamou atenção, foi baixado e entreteve por 5 segundos, o sujeito compra. Não é preciso desenvolver e aprimorar o programa para mais do que esse tempo de uso.

Isso se chama poluição, é perder a relevância completamente. O RSS de novas aplicações é algo que se existe, hoje é inútil. Procurar por algo bom na App Store é tão frustrante quanto buscar um programa no Sourceforge e descobrir que não saiu do estágio pré-alfa. (não que isso impeça os freetards de apontarem o link e dizer que existe uma alternativa open source, como o plugin CMYK do Gimp, na versão 0.3)

A política de oba-oba da Apple está acabando lentamente com o iPhone. Além dos usuários afogados em peidos (tente tirar essa imagem da cabeça) a facilidade de enviar qualquer lixo para a Apple aprovar gera filas imensas. A FreedomVoice por exemplo parou o desenvolvimento do Newber, depois de gastar US$600 mil no programa. Motivo? 175 dias e contando, esperando a Apple aprovar o software e disponibilizar na App Store.

O modelo centralizador pode ser maravilhoso para o usuário final, mas quando ele concentra todo o lixo em um lugar só, deixa de funcionar. E para o desenvolvedor se torna um inferno.

Será que com suas políticias explicitamente restritivas ao oba-oba a Microsoft conseguirá ter a única loja de aplicativos mobile realmente útil? Provavelmente.

A Apple vai dar uma sacudida e criar mecanismos para limitar a ação dos flatulentos e similares? Provavelmente também. A Nokia aprenderá com os exemplos, quando lançar sua loja? Eu espero.

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