Emanuel Laguna 7 anos atrás
Tenho muito o que agradecer à Tectoy: não fosse pela tradução brasileira oficial do Phantasy Star lá do Master System, provavelmente eu não seria tão fã do gênero JRPG. Ao passar do Master System para o SNES, me deparei com um bocado deles. Imagine aí quanto tempo investi em vários dos títulos naquele console. Bons tempos.
Em 1996, a saudosa Super Game Power falava sobre um Final Fantasy VII. Sim, eu me perguntei naquela época: “como assim; mal joguei o FF2 e o FF3, e já me aparece um maldito FF7?”
Havia uma locadora de games perto de casa (perguntem ao Izzy onde a locadora concorrente da do seu Roberto ficava) e eles em 1997 compraram um FF7 japonês. E tinha um doido que sabia japonês e ficava jogando esse jogo. Ninguém entendia nada, mas os moleques inclusive eu assistíamos aquilo. Era bonito de se ver.
Eu não sabia (e nem sei) japonês mas consegui aprender katakaná na marra: o doido dizia que esse era o alfabeto japa utilizado em palavras estrangeiras. Bastava desvendar os katakanás e você obtinha uma palavra normalmente in Engrish. Pra mim os personagens se chamavam “Claudo”, Bullet e Aerith.
O tio Laguna com toda essa ajuda só conseguiu chegar em Midgar Zolom, aquela cobra gigantesca. Só passei dali quando re-joguei o game em sua versão norte-americana. E aí começaria a minha conhecida implicância com o FF7.
Digamos que as cópias dos jogos nessa locadora eram bem suspeitas e as cutscenes dos CDs travavam. Isto era algo muito irritante. Como gostei do jogo até então, estava decidido: vou comprar a cópia original e jogar na locadora. Desapareci de lá por semanas, fiz bicos e consegui juntar os 145 reais (cerca de US$ 90 na época) necessários para comprar o Final Fantasy VII.
Foi lindo chegar na locadora com o CD preto e ficar ali jogando pelo final de semana. Infelizmente, duas semanas depois, veio a tragédia: algum moleque FDP pegou o cartão de memória que eu usava e encheu de saves do Winning Eleven Brasileirão. Eu já estava perto do final do 1º disco.
O jeito foi comprar um Memory Card e começar tudo de novo. Quando você joga novamente um mesmo título desde o começo, você acaba por perceber certos detalhes que passaram batido: o grinding, por exemplo. Ao literalmente pagar para jogar, a repetitiva tarefa de evoluir os personagens se torna cada vez menos interessante.
No caso do FF7, o sistema de Materias deixava todos os personagens praticamente iguais à exceção dos Limit Breaks. Eu aguentava as batalhas aleatórias para ver mais dos belos FMV da Squaresoft de um enredo que eu considerava apenas ok. Acho o FF7 um bom jogo que fez boa transição para o 3D mas um Final Fantasy apático, medíocre.
Por mim, se fossem refazer o jogo, que utilizassem outro sistema de batalha: o sistema por turnos já deu o que tinha que dar. Estamos em 2015, não dá para gastar dezenas de horas com as mesmas batalhas repetitivas só pra evoluir o personagem num jogo bastante linear.
Final Fantasy VII Remake
Na E3 2015, a Square Enix mostrou o Final Fantasy VII Remake na conferência da Sony. O tio Laguna não deu bola pois achou que só colocariam uma roupa nova num sistema que vejo cheio de problemas desde o alicerce.
Durante este final de semana, no meio da PSX — PlayStation Experience 2015, a Square Enix solta este vídeo abaixo: o lindo trailer oficial da jogabilidade do primeiro episódio do Final Fantasy VII Remake.
Bom, o gráfico é basicamente o padrão da oitava geração de consoles, lembra o belo Advent Children, ok, mas o que deixou o tio Laguna animado foi que simplesmente descartaram o arcaico sistema de batalha do Final Fantasy VII original e colocaram no lugar uma mecânica que lembra bastante a dos recentes Final Fantasy XV e Final Fantasy Type-0. Caiu como luva, ficou fantástico!
Como o jogo será vendido em diversos episódios, seria mais voltado à ação do que ao maldito grinding: promete ser um jogo que contará uma história, não uma desculpa esfarrapada para batalhas repetitivas sem sentido. Outra vantagem da divisão do Final Fantasy VII Remake em vários episódios: o primeiro pode sair ainda em 2016. Também há a possibilidade de cada episódio do game contar com estilo e jogabilidade diferentes um do outro. Life is Strange!
No comunicado oficial feito durante o evento, a editora não deu maiores detalhes sobre em quantos episódios o Final Fantasy VII Remake seria dividido, nem deu pistas sobre o custo individual de cada um aos jogadores. O jogo sairá primeiro no PlayStation 4, mas há forte possibilidade de sair também para o Xbox One e Nintendo NX logo depois. Como o custo de produção será alto, nada mais justo que a Square Enix cobrar bem mais que os atuais US$ 60 por jogo completo. Capitalismo.
Especulo que talvez a Square Enix divida o Final Fantasy VII Remake de forma que os jogos da Gold Saucer fiquem concentrados em um episódio extra. Seria possível que tal episódio extra contenha o Final Fantasy VII Snowboarding e o Final Fantasy VII G Bike (este recentemente descontinuado).
Nada de distrações, apenas um enredo melhor casado com uma jogabilidade mais atual. Um verdadeiro remake. Gostei.
Fonte: Destructoid.
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