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Sean Goldman, Internet e a Arcaica Justiça Brasileira

15 anos atrás

O início exato da onda de informações, não é preciso, mas pode ter sido o Facebook. Correndo em segredo por causa de leis brasileiras, se alguma notícia fosse dada, o máximo que poderia ser citado sobre a criança seria “X de 8 anos”. Entra em cena a Internet, blogs, websites e o fluxo de informações e comunicação do século XXI que simplesmente atropelou o “segredo” sem pedir licença.

O sigilo caiu por terra e o caso de sequestro maternal foi divulgado, propagandeado, publicado em diversas mídias e está na pauta de Barack Obama, Hillary Clinton e saiu até no Larry King.

E o caso acaba por colocar um novo desafio para o século XXI: não apenas pessoas, informação, opiniões e mercadorias se globalizam, os problemas também.

O Caso

Uma brasileira, Bruna Bianchi, casou-se com um americano, David Goldman. Eles tiveram um filho nos EUA, Sean Goldman. Quando o menino estava com 4 anos, ela veio de férias ao Brasil e pediu o divórcio e disse que não voltaria mais aos EUA.

O pai entrou com um pedido de guarda na justiça americana que ficou pendente aguardando um resposta da justiça brasileira. Mais de 1 ano depois de espera, a justiça brasileira decidiu que já havia passado muito tempo e o melhor era o menino ficar por aqui mesmo, com a mãe Bruna. 

Ela se casou o advogado-picão™ Joao Paulo Lins e Silva depois dele ter conseguido um divórcio na justiça brasileira de um casamento feito na justiça americana.(Hã? Isso é válido?) 

Bruna engravidou de uma menina, mas faleceu durante o parto. A guarda de Sean, então, entrou em disputa entre o padrasto e o pai. O resto do caso, você pode acompanhar via Google, nos jornais e revistas aqui no Brasil e em dezenas de websites e blogs.

BringSeanHome.org

Colisão de Justiças

É choque entre dois mundos, separados por tempo, maturidade, consolidação democrática e cultura. De um lado a arcaica, ultrapassada, lenta e ineficaz justiça brasileira. Do outro a justiça americana que obviamente não é perfeita, mas entre seus exageros e desmandos, acerta mais do que erra. A nossa, nem acerta nem erra, porque não anda. Nosso sistema é tão ruim que um assassino confesso pode ficar livre pelas ruas ou nem serem punidas o suficiente.

A justiça brasileira é uma dessas desgraças que assolam o Brasil: promovem juízes investigados, absolve os seus corruptos, deita e rola com políticos (que comemoram comendo pastel), vende habeas corpus para traficantes e contrabandistas com tabelinha de preço, e a podridão é tanta que de vez em quando escapa um juiz Lalau, apenas a ponta do iceberg na roubalheira sistemática.

Em compensação, demora 12 anos em média anos para julgar um caso, manda uma mulher para a cadeia por 128 dias por roubar um pote de manteiga. O pobre, no Brasil, é o mais desamparado pela instituição de Estado que deveria protegê-lo.

Fonte: Hélio Bicudo: a Justiça piorou no Brasil

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