Carlos Cardoso 8 anos atrás
Mais que tecnologia, a maior contribuição da Tesla para os carros elétricos foi torná-los cool. Carro elétrico era sinônimo de sofrimento, de compromisso. Você abria mão de espaço, conforto, velocidade, autonomia e dignidade, mas estava salvando o mundo. Com os Teslas você tem tudo que um sedã high-end tradicional traz, mais a vantagem de salvar foquinhas.
Isso irrita muito quem não gosta de carros, pois não podem punir os petrolheads convertidos forçando-os a andar em batatas elétricas de filmes distópicos. Um desses revoltados é um tal de Thomas Bartman, que dá aula de “disrupção” em Harvard, e odeia a Tesla.
Ele escreveu em um artigo que a empresa não é exatamente inovadora, que ela oferece melhorias incrementais, melhor performance por um preço mais alto. O sujeito descartou o Tesla Modelo S dizendo que era uma mera melhoria incremental sobre o que já existia.
Problema
Este é o G-Wiz, um carro elétrico “popular” na Europa.
Este é um Tesla Modelo S.
Este é o painel de um Tesla Modelo S:
O sujeito diz que as pessoas vão preferir dirigir carros como o G-Wiz e similares, apesar de não terem recursos, confortos e principalmente equipamentos de segurança dos carros de verdade.
Ele desconsidera isso tudo, e principalmente o maior fator: esses carros são feios, esses carros não servem para pessoas com um minimo de convívio social. Você imagina alguém que tenha uma namorada usando um destes?
Vai levar a coitada aonde? E a sogra? E as compras?
Essa revolução no transporte urbano não vai acontecer, e nem é por causa dos petrolheads, não acontecerá pelo simples fato que as pessoas usam carros por praticidade. Ninguém vai abrir mão de seu conforto e comprar uma jurupoca de ecochatos solitários, quando pode comprar um carro de verdade, com emissão zero, ar-condicionado e espaço pras compras do mês, como um Nissan Leaf.
Nos EUA a chance dessa “disrupção” acontecer é zero, quem migrar para elétricos pegará o Tesla baratinho que está pra ser lançado, ou mesmo um BMW i8:
Na Europa o padrão de carro compacto é o Fiat 500. É pequeno mas não minúsculo. Funciona nas ruas apertadas, mas tem massa suficiente para proteger seus passageiros caso sofram acidente em uma estrada.
Não é um carro de golfe, não é uma penitência. É um carro compacto para quem gosta de carros compactos.
E para desespero do nosso amigo Thomas, temos isto aqui:
É o Fiat 500e, versão 100% elétrica, 111 bhp de potência, autonomia de 160 km. Até o Top Gear gostou.
Todos esses carros surgiram por causa da Tesla, que forçou os carros elétricos para fora das listas de carros-conceito e feiras de demonstração. Principalmente, forçou os carros elétricos para fora das pranchetas dos designers ecochatos que odeiam carros e não deveriam projetá-los para princípio de conversa.
Graças à Tesla no futuro você dirigirá um Fiat 500e ou um Chevy Volt, e não esta abominação aqui:
Para tristeza de Thomas Bartman…
Fonte: Venture Beat.