Carlos Cardoso 8 anos atrás
Nos idos do Século XVII precisei acompanhar uma pessoa por uns 15 dias no hospital. Na época o Wi-Fi era só pra uso da internet e o pessoal da TI tinha mais de 3 neurônios, então as senhas óbvias não funcionaram. Para continuar trabalhando apelei para um software chamado JoikuSpot, que transformava meu Nokia E71 em um hotspot de internet.
Hot mesmo, a tampa traseira metálica não bastava, a CPU trabalhava em Dobra 9, a 110% do reator, volume no 11. O telefone ficava quente de queimar se encostar na perna. Remediei colocando em contado direto com o mármore da pia do banheiro.
De lá pra cá esse recurso virou padrão, qualquer celular decente compartilha 3G/4G via Wi-Fi, mas todos continuam esquentando e isso continua comendo bateria bagarai.
Existem várias alternativas: algumas mais portáteis do que outras, algumas com bateria, algumas com porta USB para modems 3G/4G…
Agora a Apple quer entrar nesse mercado, ou pelo menos está pensando em alternativas. Na prova #2343243 de que o sistema de patentes americano é uma bosta, foi aceita a patente de um… hotspot Wi-Fi.
Isso mesmo, só uma versão diferente do mesmo produto que um monte de gente vende.
A diferença? Não tem botões, é tudo feito por software e por controles giratórios na base do dispositivo, igual a um vibrador, se eu me lembro das aulas do Sex and the City.
O conceito não deixa de ser interessante:
Ter baterias rosqueáveis de várias capacidades tornam o dispositivo menor se você precisar de menos autonomia, mas pensando bem, quem esvazia o tanque do carro quando vai só até a padaria? Gerenciar baterias é um saco, melhor ter duas grandes do que várias pequenas, e convenhamos qual a diferença, se o dispositivo é minúsculo?
Muito provavelmente isso nunca chegará ao mercado, ou se chegar será através de uma indústria OKM chinesa (original kibefication manufacturer).
Um ponto interessante a ser notado, e prova #2343244 de que o sistema de patentes americano é uma piada, é que em todo o texto não falam COMO as baterias são recarregadas.
Uma pena que uma ferramenta criada para proteger o trabalho de inventores e inovadores hoje seja repositório de idéias e conceitos genéricos e variações irrelevantes de produtos existentes. Quem falou que o papel aceita tudo provavelmente se referia a um formulário de patentes.
Fonte: The Verge.