Carlos Cardoso 8 anos e meio atrás
Um dos usos da internet é ventilar as pequenas (ou não tanto) frustrações do dia-a-dia. Claro, há sites questionáveis tipo o People of Walmart, que todo mundo vê, todo mundo acha graça mas é algo mal-intencionado, estamos rindo dos outros por pura maldade, por mais que gordos e Lycra insistam nessa união profana. Já outros casos a humilhação pública se torna mais “correta”. Um exemplo disso é Passenger Shaming, um perfil do Facebook e Instagram com a nobre missão de expor ao mundo a gente nojenta e abusada que divide aviões com passageiros mais civilizados.
Por incrível que pareça ônibus interestaduais costumam ter passageiros mais educados, pois como o avião é (teoricamente) caro o pessoal assume a postura “tô pagando, posso tudo”. Já vi gente insistindo em ir ao banheiro no meio da decolagem, gente caprichando na massagem não-solicitada com joelhos e o clássico, a criança chata que se pendura no banco olhando pra trás e passa a viagem toda te encarando.
Ah, sem esquecer da mãe com filho no colo que acha lindinho a peste das profundezas ficar esticando a mão pra tentar pegar seu iPad.
Tudo isso é brincadeira de criança (dsclp) perto do que aparece no Passenger Shaming. É um prazer cruel percorrer o site e ver que tem gente que passou por coisa bem pior:
O abuso aliás é tão institucionalizado que existe um breguete de US$ 21,95 chamado Knee Defender, cuja única função é aporrinhar os outros passageiros, impedindo que o sujeito da frente recline o assento. Mês passado num vôo da United um Zé Ruela instalou o negocinho, a passageira da frente reclamou, o cara não deu bola, ela jogou um copo d'água no sujeito e o avião foi desviado para o aeroporto mais próximo, onde ambos foram removidos da aeronave.
Outros casos são ainda piores. Vejamos:
Se você tem filhos e deixa que eles façam isso deve ser esterilizada e a criança devolvida ao útero. Se você for homem, também.
A página do Passenger Shaming no Facebook pode ser acessada aqui. O perfil no Instagram é este.
É um uso correto de redes sociais? Talvez não. As pessoas irão aprender com essa humilhação pública? Dificilmente. Engrandalhecerá o espírito de quem acompanha esses perfis? Eu diria que não, mas não sou uma pessoa boa o suficiente para dizer que não me divirto com isso.