j. noronha 9 anos atrás
Uma empresa britânica acaba de produzir um material tão escuro que absorve 99,965% da luz visível, estabelecendo um novo recorde mundial. Olhar para o revestimento “super preto” feito de nanotubos de carbono (cada um deles 10 mil vezes mais fino que um fio de cabelo) é uma experiência estranha.
O material é tão escuro que o olho humano não consegue interpretar o que está vendo. O formato e os contornos desaparecem, deixando apenas um abismo aparente.
Se esse material fosse utilizado para fazer um tradicional vestido preto da Chanel, a cabeça e os membros de quem o vestisse pareceriam flutuar ao redor de um buraco.
As aplicações práticas são várias, permitindo que câmeras, telescópios e scanners infravermelhos funcionem de forma mais efetiva. Também há aplicações militares possíveis que o fabricante, Surrey NanoSystems, não pode divulgar.
O material, batizado de Vantablack, foi criado sobre uma lâmina de alumínio; se a lâmina for amassada, criando saliências e depressões, essas desaparecem na área coberta com o mesmo.
A imagem abaixo dá uma ideia do efeito:
Stephen Westland, professor de ciência das cores e tecnologia na Leeds University, afirma que o preto tradicional é na verdade uma cor e que agora os cientistas estão expandindo essa barreira:
“Muitos pensam que o preto é a ausência da luz. Eu discordo disso. A menos que você esteja olhando para um buraco negro, ninguém jamais viu algo completamente sem luz. Esses novos materiais são basicamente o mais próximo do preto que se pode chegar, a coisa mais próxima possível de um buraco negro que podemos imaginar.”
O Vantablack será lançado no Farnborough International Airshow essa semana, e foi obtido através da união de uma infinidade de nanotubos, tão finos que a luz não consegue entrar dentro deles, apesar de passar no espaço entre os mesmos, daí não ser possível atingir os 100% de luz absorvida.
Fonte: The Independent.