Carlos Cardoso 9 anos atrás
Uma das melhores decisões que já tomei foi só ir a cinema em dias de semana, de preferência durante a tarde. Isso evita o convívio com a criatura mais mal-educada do UNIVERSO, a Platéia Brasileira. Sério, cinema no Brasil é um inferno. Já tive que aturar adolescentes fazendo zuera, e o filme era A Lista de Schindler.
O brasileiro chega atrasado, não respeita lugar-marcado, chuta cadeira da frente, fotografa peça de teatro, xinga a tela do cinema, se acha no direito de conversar ou explicar o filme pra namorada retardada que não consegue entender uma trama complexa como Vingadores e, principalmente, agora fazem questão de entrar no ZapZap pra explicar pra Deus e o Mundo que estão no cinema e não podem falar agora. Em seguida, ligam e começam a contar o filme pra alguém.
Outro dia, no Teatro Municipal do Rio, rolou um barracô de 1º Mundo: um francês e uma brasileira se estranharam. Aparentemente a mulher insistia em conversar e mostrar coisas no celular para uma amiga, no meio de uma apresentação. Acostumado com países onde Arte é mais respeitada, o tal francês chegou ao ponto de tomar uma atitude rara em sua História: atacou a mulher, se embolaram, ela caiu ou foi empurrada, rolou escada, se estoporou toda.
Por essas e outras o vereador Marcelo Arar (PT) está propondo uma lei que, nas palavras d'O Globo:
“Teatros e cinemas deverão ter placas informando o consumidor de que o uso de aparelho celular ou smartphone é proibido dentro das salas, sob pena de multa de até R$ 1 mil.”
Ok. Acho ótimo, mas em seguida o vereador explica que “não prevê fiscalização para esse tipo de infração”, o político-Pollyanna acha que a simples existência da Lei, exibida em uma placa funcionará como forma de controle, induzindo os infratores a pensar melhor e deixar o celular no bolso.
Você sabe, da mesma forma que todo mundo conta quantas pessoas há no elevador antes de fechar a porta, ou como ninguém escuta som alto em ônibus e metrô.
Dizem os pessoal das Intervenções que reconhecer a existência de um problema é o primeiro passo para resolvê-lo, mas no caso não é bem assim. O problema é reconhecido, é pseudo-resolvido e tudo ficará por isso mesmo.
Pessoalmente acho que a solução pra gente usando celular em teatro e cinema é simples: snipers estrategicamente posicionados, e armados com um Barrett M82A1 NG, de calibre .50.
E não, claro que não estou propondo que abatam o chato, os atiradores fariam esforços legítimos de acertar somente o aparelho celular. Eu não sou nenhum monstro!
Fonte: #GloboMente.