Carlos Cardoso 9 anos e meio atrás
Há quem diga que quando a Jodie Foster falou “Deveriam ter mandado um poeta”, em Contato, foi porque se aquela porcaria explodisse não seria uma grande perda, mas nem sempre arte e ciência andam separadas. Música, cinema, escultura, são todas atividades que só existem por causa da tecnologia.
Uma área bem cabeluda (com trocadilho) é a visualização médica, mas com talento até ela se torna capaz de produzir obras de arte que assustam, instigam e impressionam. Foi o que fez um sujeito chamado Xavier Maître, da Universidade Paris-Sul. Primeiro em um experimento-piloto ele pegou 3 voluntários que passaram por scans de corpo inteiro em raios-x, tomografia por emissão de pósitrons, ressonância magnética e câmeras térmicas. Depois essas imagens foram mapeadas em um avatar masculino e um feminino.
Um Kinect foi usado para determinar tamanho, gênero e posição do espectador. À medida em que ele se aproxima da tela de 65 polegadas onde o tal avatar é exibido, a imagem vai mudando, até uma hora em que o sujeito se movimenta, o avatar acompanha e dá para ver os órgãos internos. É perturbador como toda boa arte deve ser.
A instalação foi movida para uma galeria, onde se tornou uma simulação, pois não dá para sair escaneando todo visitante só pra fazer graça. Tecnicamente eles estão movimentando o avatar de outra pessoa, mas a sensação de que são seus órgãos internos é tão forte que 1/3 dos visitantes se sentem desconfortáveis. Dê uma olhada no vídeo abaixo:
Embora seja “só” arte por enquanto, no futuro essa tecnologia pode ser explorada para diagnóstico real. Um ortopedista pedindo para um paciente realizar uma série de movimentos, replicados em tempo real em um avatar mostrando apenas a estrutura óssea é algo que nem em Star Trek foi imaginado.
Fonte: FCD.