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Hearthstone: Heroes of Warcraft — É hora do duelo!

Hearthstone: Heroes of Warcraft, CCG da Blizzard para computadores e iPad, agrada ao silenciar o chat durante combates

10 anos atrás

Quando moleque, eu costumava acompanhar meu pai quando ele se encontrava com os amigos dele em um bar dentro de um lava-rápido (anos 1980 gente, ninguém ligava para uma criança num boteco). Uma das ocupações deles era jogar truco, e qualquer um que testemunhou, ou jogou uma partida, sabe a gritaria e algazarra que se forma quando alguém reverte uma jogada perdida, ao sacar um zap ou mesmo marcar ponto com um blefe.

Era divertido, mas não raramente alguém saia do sério e xingava Deus e o mundo.

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Com os jogadores de card games, isso não é muito diferente. Não importa se jogo é Magic the Gathering ou Yu-Gi-Oh!, sempre vai ter um esquentadinho que não acredita que perdeu, e vai xingar muito, e isso foi meio que transferido para a jogatina online.

Card games com opção de chat ou fórum mantém a instituição de maldizer, o que faz meio que parte do charme. Por isso, quando a Blizzard disponibilizou Hearthstone: Heroes of Warcraft, um CCG (Collectible Card Game) baseado em seus carismáticos personagens de sua emblemática franquia, uma turma torceu o nariz por um motivo: o game silencia completamente os jogadores.

Não há opção de conversa, seja por voz ou texto. Isso não prejudica o game, pelo contrário, o torna mais dinâmico e menos intimidador, pois foca onde interessa: na jogabilidade e diversão.

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Lançado em março de 2014 para PC e Mac, Hearthstone atraiu uma quantidade significativa de jogadores, já que ele vinha causando certo barulho desde o anúncio na PAX East 2013. Entretanto, o boom do game se deu há uma semana, quando ele desembarcou no iPad.

Enquanto jogar um card game em um computador é agradável de certa forma, em um tablet as partidas ficam ainda mais intuitivas, e consequentemente, mais divertidas. Claro, algumas coisas tiveram que ser adaptadas para a realidade do iPad, mas isso não desmerece nem uma, nem outra versão. O jogo é excepcional nos computadores, mas no tablet ele brilha.

A jogabilidade não é nada complexa. Ao iniciar o jogo ele pede sua tag da Battle.net, e então você será apresentado a um tutorial que lhe explicará as principais mecânicas do game, na forma de cinco missões.

Há nove classes básicas em Hearthstone, cada uma representada por um personagem já conhecido pelos fãs: Mago (Jaina Proudmore), Sacerdote (Anduin Wrynn), Bruxo (Gul'dan), Paladino (Uther, o Arauto da Luz), Guerreiro (Garrosh Grito Infernal), Druida (Malfurion Tempesfúria), Caçador (Rexxar), Ladino (Valira Sanguinar) e Xamã (Thrall). Você começa com um deck básico, e conforme evolui, vai ganhando cartas melhores para montar sua própria estratégia.

Passado o tutorial, você pode desafiar jogadores online ou treinar, mas a maioria das missões que rendem prêmios são alcançadas nas partidas online. As cartas possuem níveis de 1 a 10, que consomem o mesmo número de cristais para serem colocadas em campo. Você começa uma partida com um cristal, e a cada turno recebe um a mais para utilizar suas cartas.

Cada herói possui uma habilidade que consome dois cristais, que variam entre causar dano, curar, ou colocar lacaios (os nomes das cartas) em campo. Como em todo CCG, existem cartas comuns, de efeito (aqui chamado "Grito de Guerra") e de suporte/magia.

Há ainda o modo Arena, em que você tem que ganhar partidas com um deck aleatório, visando muitos prêmios. Este modo é pago, custando 150 moedas ou R$ 4,50 por partida, e  se você perder três delas, está fora.

Há três maneiras de conseguir cartas em Hearthstone: ganhando pacotes (boosters) evoluindo, comprando eles, ou produzindo as próprias, via crafting. Você pode comprar um pacote utilizando moedas do jogo, ou kits com várias unidades, mas aí é preciso abrir a carteira.

Cada booster vem com cinco cartas, sendo que uma sempre será rara ou lendária, esta mais difícil de se conseguir. O modo de encantar cartas utiliza as repetidas, e um pó que você recebe ao vencer combates. Você também pode desmontar uma carta e montar outras.

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Falando sobre o combate, como dito antes, o game não permite que os jogadores conversem, ou se agridam mutuamente. Você tem opções de frases pré-definidas ditas pelo herói, a única forma de manter contato com seu adversário, fora saber quem você enfrenta através da Gamertag. Isso elimina gasto de energia desnecessário, ao invés de xingar o oponente que destruiu suas cartas com um Golpe Flamejante, o adversário deve pensar num modo de reverter a situação. É excelente, porque o que interessa é a partida em si.

A dublagem é um show à parte. Ainda que muitos jogadores de Warcraft das antigas odeiem a localização dos nomes, seria injusto dizer que o trabalho do diretor de dublagem Gustavo Nader é inferior ao original em inglês. Figurinhas carimbadas como Teresa Cristina, Júlio Chaves, Mauro Ramos, Julio Cezar e outros mandam muito bem.

No fim das contas, Hearthstone: Heroes of Warcraft é um jogo não apenas divertido, mas um dos melhores e mais democráticos CCGs digitais desde Shadow Era. É o tipo de game que fica muito divertido no computador, mas em um tablet, ele é item obrigatório.

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