Carlos Cardoso 9 anos atrás
A princípio a impressão é que Obama voltou atrás na decisão de não construir uma Estrela da Morte. A notícia de que lasers apontados para a Terra pegou todo mundo de surpresa. Dá até pra imaginar a imprensa sendo convocada e ele anunciando “Testemunhem agora o poder de fogo desta estação espacial completamente armada e operacional!”.
Infelizmente o orçamento da NASA está curto, então o protótipo que subiu ontem em uma cápsula Dragon da SpaceX é um tiquinho menos poderoso, e só será usado em comunicações. A idéia é continuar os experimentos da sonda LADEE, que conseguiu um link laser com a Terra de 622 Mb/s.
Dessa vez o projeto se chama OPALS — Optical Payload for Lasercomm Science. É um sistema de comunicação por laser que se der certo no futuro garantirá uma largura de banda muito maior do que a disponível hoje para a ISS, usando rádio convencional de banda Ku.
O OPALS mirará um laser em um telescópio em Wrightwood, Califórnia. Como a ISS orbita só a 370 km de altitude, ela só ficará visível por 2 minutos de cada vez. Nesse tempo o OPALS tentará transmitir, em um link de 50 Mb/s um vídeo. O objetivo da missão é esse. Se der certo significará que conseguiram alinhar um ponto no planeta girando a 1.670 km/h com uma estação espacial a 370 km de distância se movendo a 7,7 km/s.
A solução, claro, não é prática da forma atual, mas se o laser apontar para um satélite geoestacionário, que por sua vez replique o sinal, lançando um laser em direção a uma estação terrestre, teremos um link de alta velocidade permanente.
Hoje a ISS funciona com um link máximo de 300 Mb/s. Já está todo tomado, Netflix não é uma opção. Com lasers a NASA TV poderá fazer streaming 4K 24/7. Será o supremo screensaver.
Claro, a grande discussão filosófica continua sendo se o sinal sai da ISS pra Terra, é upload ou download?
Fonte: JPL.