Ronaldo Gogoni 9 anos atrás
Nossos smartphones podem ser diversas coisas: computador de bolso, console portátil, câmera fotográfica, bloco de notas, monitor cardíaco e dizem, até telefone. Ultimamente temos visto até iniciativas para transformar nossos aparelhinhos até mesmo em estações coletoras de exames de vista, como mostram o Peek e o EyeGo.
Entretanto uma coisa que muita gente sequer cogitou por razões óbvias seria a capacidade de um smartphone fazer exames de sangue simples. Até agora.
A sartup QlouldLab, ligada ao laboratório de microengenharia da EPFL (Escola Técnica Federal de Lausanne, Suíça) estuda método de facilitar a coleta de sangue de pacientes que precisam fazê-lo constantemente para monitorar sua taxa de coagulação, sejam hemofílicos ou pacientes que estejam sob tratamento de anticoagulantes. Como eles precisam de monitoração constante, se deslocar até o hospital constantemente chega a ser incômodo, e um assistente próximo poderia resolver esse problema e ainda fazer a comunicação com os médicos. É aí que o smartphone entra. Não, ninguém está pensando em pingar sangue diretamente na tela de seu iPhone, um adesivo faz o truque.
A ideia é simples; o paciente aplica um adesivo de apenas alguns micrômetros de espessura na tela do smartphone, preparado para absorver os fluídos do paciente. Ao pingar uma gota no adesivo, o sangue fluirá através de seus microcanais e entrará em contato com uma molécula que iniciará o processo de coagulação. O display do smartphone, que é preparado para identificar onde a corrente foi interrompida (ou seja, onde foi tocado; no caso os pontos onde o sangue coagulou) detecta com precisão qual o caminho que o sangue percorreu, e o app pré-instalado traduz essa "trilha" para um coagulograma.
O adesivo ainda está em fase de testes e a equipe da QloudLab espera demonstrar um protótipo funcional em 2015; se der certo pode simplificar e muito a vida de pessoas que dependem de monitoramento do médico constante apenas para realizar esse exame, já que o app se encarregaria de enviar os resultados para os responsáveis automagicamente. Além disso esse estudo pode permitir a adaptação do adesivo para outros tipos de exames como os de glicemia que todo diabético precisa realizar periodicamente, eliminando a necessidade de adquirir um testador dedicado.