Ronaldo Gogoni 9 anos atrás
Uma coisa sobre o Linux que os defensores da plataforma adoram é o fato de que ele é livre para quem quiser utilizar e/ou modificar a seu bel prazer. O problema é que liberdade tem um preço, o sistema pode ser utilizado por virtualmente qualquer um, com a cara que o desenvolvedor resolver dar, e ninguém pode reclamar.
Foi o que aconteceu quando Cuba e Coreia do Norte resolveram abrir mão de seus computadores com cópias piratas do Windows e resolveram desenvolver versões estatais do Linux, "em nome da soberania nacional". Muitos freetards reclamaram pelo fato da plataforma ter sido associada à ditaduras, mas liberdade vale para todos e o Windows não pode ser vendido para esses países legalmente. Cuba possui o Nova, já a Melhor Coreia desenvolveu uma distro baseada no KDE, com o nome originalíssimo de Red Star OS.
Essa distribuição foi descoberta em 2010, quando um estudante russo em Pyongyang adquiriu uma cópia e postou um review em sua conta no LiveJournal, que logo se espalhou internet afora. Ele é um Linux comum, que se conecta exclusivamente com a intranet do país. Não há opções de outros idiomas além do coreano, um Firefox modificado, editores de texto, alguns games... nada muito diferente de distribuições mais simples. Ele conta inclusive com o Wine pré-instalado, o que permite rodar programas do Windows facilmente no Linux.
Até a versão 2.0 o visual do Red Star era inspirado no Windows, já que a intenção era substituir os SOs piratas por seu próprio:
Entretanto a última atualização do sistema operacional para a versão 3.0 deu um tapa no visual, deixando-o mais próximo de uma distro Linux. Ou melhor, do Mac OS X:
Há um ponto a se considerar aqui: embora o Red Star OS tenha chupado o visual do Mac na cara dura, as similaridades entre o sistema da Apple e o Linux permitem essas gambiarras. Muito provavelmente os desenvolvedores do SO utilizaram ferramentas disponíveis a qualquer usuário do pinguim que gostaria de deixar seu computador mais Apple-like, como Mac4lin ou Macbuntu. E como estamos falando da Coreia do Norte, a última coisa com a qual eles se preocupam é se estão kibando alguém.
Fonte: PCWorld.