Ronaldo Gogoni 9 anos atrás
Nos últimos anos a Argentina vem sofrendo muito com a evasão de divisas. De 2011 para cá as reservas do Banco Central despencaram de 52 para 29 bilhões de dólares e a culpa geralmente é atribuída às importações. Nos últimos anos o governo tem colocado severas restrições para evitar a fuga da grana para o exterior e limitar as transações em moeda estrangeira, mas as últimas foram de certa forma bem maldosas.
Em dezembro o governo aumentou o imposto de gastos com turismo no exterior de 25% para 35%, e a taxa é a mesma para a aquisição de pacotes de turismo e passagens de avião. Se você preferir comprar em sites na internet não tem conversa: terá de pagar 50% de imposto para compras acima de 25 dólares. O motivo foi o aumento da porcentagem das compras online fora do país, de 7,5% em 2012 para 13,5% em 2013.
Só que isso não foi o bastante. O governo complicou ainda mais a vida dos consumidores e a partir de agora os produtos comprados no exterior deixarão de ser entregue em casa. O comprador será obrigado a preencher um formulário no portal da AFIP (o órgão fiscal regulador argentino) no ato da compra, que fará as vezes de uma declaração jurada. Os pacotes serão todos retidos e só poderão ser retirados na alfândega mediante a apresentação desse documento. Consumidores locais estão loucos pois o sistema de entregas argentino atualmente é moroso ao extremo, as pessoas tendem a perder de três a quatro horas para retirar um pacote em situações normais. Imagine como será a partir de agora.
A intenção é óbvia, aumentar a burocracia de forma a desestimular as compras no exterior, forçando os argentinos a gastar seu dinheiro no país e movimentar sua própria economia. Entretanto esta é uma forma burra de resolver as coisas. Durante o governo de Cristina Kirchner a inflação atingiu níveis alarmantes, e uma atitude dessa só piora ainda mais a imagem de sua administração.
Só espero que Kirchner e Dilma não andem conversando ultimamente, porque se a moda pega...
Fonte: BBC.