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O universo é feito de matemática?

Em seu novo livro, o professor do MIT Max Tegmark, explora a possibilidade da matemática não apenas descrever o universo, mas de que ele seja formado por ela.

10 anos atrás

Problemas com cálculo? Bem, com uma professora dessas, talvez…

Problemas com cálculo? Bem, com uma professora dessas, talvez…

Tendo dificuldade para entender o universo? Tente isso: imagine 10500 universos possíveis, todos diferentes e considere o nosso lugar dentro desse conjunto, não escolhido aleatoriamente pois a nossa localização deve satisfazer algumas condições básicas tais como a habitabilidade para espécies inteligentes capazes de perguntar sobre o seu lugar no cosmos.

Parece complicado? Bom, é o que o Professor de Cosmologia e Física do MIT, Max Tegmark, aborda no seu mais recente trabalho apropriadamente intitulado Our Mathematical Universe: My Quest for the Ultimate Nature of Reality, algo como “Nosso Universo Matemático: Minha Jornada para descobrir os limites da realidade” ainda sem tradução para o idioma de Camões.

Apenas alguns anos atrás, a ideia de múltiplos universos foi visto como uma ideia maluca, nem mesmo à margem da respeitabilidade. Tegmark relata no prefácio que não estava muito animado em dedicar sua atenção acadêmica para isso. Só que agora, graças em grande parte à Tegmark e sua busca de idéias controversas, o conceito de universos múltiplos (ou um multiverso) é considerado provável por muitos especialistas na área.

Our Mathematical Universe é um híbrido de livro de memórias e teoria matemática pura. Tegmark explica com entusiasmo carismático, algo que eu só havia visto em poucas obras como as de Brian Greene e Stephen Hawking, porque é importante que exista uma versão da realidade feita inteiramente de matemática. Ou melhor, um universo que não é descrito por matemática, mas composta por ela. A ideia de que o universo é composto inteiramente de matemática é enganosamente simples. Parece bastante intuitivo no início, mas uma vez que você passa algum tempo refletindo sua mente começa a se sentir como se estivesse sendo dobrada. Ainda assim a prosa clara sem ser demasiadamente didática de Tegmark pode levá-lo por caminhos interessantes e inesperados de pensamento, sem fazer você se sentir perdido.

Se tudo for de fato matemática então tudo pode ser descoberto com um lápis. Mesmo a própria consciência é uma estrutura matemática. Os mais agitadinhos talvez pensem que isso nos faria quase robôs, mas avance um pouco mais  por essa linha e um leque selvagem de possibilidades se abre: tudo pode ser computado e deduzido, não existe beco sem saída para o pensamento. Se fôssemos realmente começar a perceber essas coisas, nós poderíamos entender por exemplo o estado mental dos pacientes em aparente estado vegetativo. Ou atribuir um número real de quanto um animal criado em cativeiro para alimentação sofre. As possibilidades são infinitas, coisas que sempre pareceram imensuráveis se tornariam cálculos.

Como Tegmark é rápido em apontar, esta não é uma ideia totalmente nova. Galileu disse que o nosso universo é um livro escrito na linguagem da matemática. Mas em Our Mathematical Universe, encontramos um físico revolucionário que dobra o inferno para descobrir se essa teoria é verdadeira, como prová-la, usá-la e o que isso significa para o mundo como nós o conhecemos.

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