Carlos Cardoso 9 anos atrás
4 anos atrás um guri de 14 anos, com jeito de nerd, chamado Kevin Barrera foi morto a tiros em Richmond, Virgínia Califórnia. Seu corpo foi abandonado às margens de uma linha de trem. Seu assassino nunca foi encontrado. O pai de Kevin tem que viver com a dor da perda de um filho e a noção de que talvez nunca descubra quem o matou. Para piorar, percorrendo sua cidade no Google Earth, José Barrera percebeu uma aglomeração no local onde o filho havia sido encontrado.
Dando zoom, ele percebeu que era claramente visível um carro de polícia, várias pessoas em pé e um pequeno corpo estendido no chão. Sem sombra de dúvida, era Kevin.
O pai ficou arrasado. “Olhando aquilo parecia que tudo tinha acontecido ontem” — disse ele.
José apelou para a humanidade do Google (afinal corporações são pessoas, segundo a Suprema Corte dos EUA) e pediu que a imagem fosse removida. Um “analista” consultado disse que seria muito difícil, pois abriria porta para outras pessoas solicitarem remoções, e que o Google responderia não, empresas malvadas, bla bla bla.
Só que não era uma pessoa sendo ridícula na rua e se arrependendo, não era uma alegação sem-fundamento de privacidade na rua, não havia lucro envolvido, José Barrera não se armou de advogados. Ele apenas… pediu.
No máximo o Google borra as imagens, remoções e alterações assim, só com ordem judicial. Eles nunca adiantaram a troca de uma imagem de forma espontânea e voluntária. Mesmo assim, Brian McClendon, Vice-Presidente do Google Maps, concordou totalmente, e em respeito a Kevin vão trocar a imagem por uma mais nova, onde a cena policial não mais aparece. Pediram 8 dias, que é o tempo da informação se propagar pelas centenas de milhares de servidores da empresa, espalhados por todo o mundo.
É uma vitória muito pequena, insignificante, mas para José Barrera tem todo o significado do mundo. Ao menos uma vez, a Justiça prevaleceu, alguém fez a coisa certa.
Fonte: SFG.