Carlos Cardoso 10 anos atrás
Depois de WALL-E todo mundo passou a se preocupar com lixo espacial, mas há um outro problema, bem mais sério que ninguém menciona por não ter solução e ser extremamente prejudicial aos governos e empresas envolvidos na Indústria Aeroespacial.
Todo lançamento é mostrado como algo mágico e lindo, sempre focando na nave, ninguém menciona o resto do foguete. No caso dos Shuttles os foguetes auxiliares caíam de volta no oceano, eram recuperados e reutilizados, mas não mencionavam que o tanque de combustível líquido, com 26 toneladas e 47 metros caía de volta, descontrolado.
Não só ele. TUDO cai, e não, as coisas não “queimam na atmosfera”, não estão rápidos e altos o suficiente pra isso. Todo lançamento despeja toneladas de destroços na cabeça de quem estiver embaixo, e até hoje isso nunca matou ninguém por sorte e probabilidade. A Terra é muito grande, os lançamentos americanos são em direção ao mar, tornando navios os únicos alvos em potencial, e os lançamentos russos são em Baikonur, no meio do nada (também conhecido como Cazaquistão) e se um tanque de combustível cai na floresta, e ninguém viu, ele fez barulho?
Problema: a região está começando a ser ocupada. Fazendas na região de descarte de destroços espaciais são constantemente atingidas. Veja algumas das peças, e imagine você tranquilo tomando sua vodca de fim de tarde, quando um troço desses cai na sua frente:
Esse aqui caiu no pátio de uma escola.
Não é uma questão de SE, mas de QUANDO um desses destroços vai matar alguém, e como isso vai afetar a opinião pública. Em geral há apoio para pesquisa espacial, mas meio reticente. O público mediano acha que gasta-se dinheiro demais quando há outras prioridades, imagine se junto disso vem a morte de inocentes.
E antes que você se sinta aliviado, o Brasil não está imune, lixo espacial cai aqui também.