Carlos Cardoso 11 anos atrás
A busca por comidas sintéticas sempre esteve nas prioridades dos laboratórios de pesquisas. Todo mundo quer ser Norman Borlaug e tirar onda dizendo que acabou com a fome no mundo, mas não é fácil. A maioria absoluta das comidas sintéticas não tem gosto nenhum, como Kani, Tofu e carne de soja (EU SEI).
Substituir carne não é fácil, é uma excelente fonte de proteínas, e, principalmente, é energia concentrada. O esforço para caçar um mamute é muito menor do que passar o ano inteiro plantando feijões. Essa eficiência foi a diferença entre a vida e a morte para nossos antepassados.
O problema é que o mundo não estava preparado para bilhões de humanos, e não há carne pra todo mundo. Nem peixe. A saída será produzir alternativas artificiais, mas como o McDonald's não libera a patente dos McNuggets, os cientistas continuam pesquisando.
Um deles é Mark Post, da Universidade de Maastricht. Um dos grandes defensores da criação de proteína animal em laboratório, sua equipe trabalhou por um ano cultivando fibras musculares geradas de células-tronco de bovinos. Essas fibras serão montadas em uma estrutura formando um pedaço de carne, que será devidamente temperado, moído, frito e consumido pelo bom doutor.
Como nunca foi tentado antes e boa parte da tecnologia teve que ser criada do zero, o Frankenburguer saiu mais caro que a maioria dos Big Macs. € 250.000,00; para ser exato.
Resta saber o gosto, pois essa é a grande questão levantada por nós, carnívoros. Claro, o doce sabor da morte é um excelente tempero, mas se a carne de laboratório tiver o mesmo sabor, textura e preço da carne de verdade, não há problema em migrarmos pra ela, abrindo as portas das granjas e fazendas, permitindo que as vaquinhas e galinhas voltem para a natureza (e morram em uma geração, pois não conseguem mais viver por lá).
Não há informação se a cerimônia de deglutição do hambúrguer será transmitida ao vivo, o que poderia ser bem divertido. Em uma antiga reportagem do Jornal Nacional o então Presidente Figueiredo provou leite de soja, e soltou na hora “que troço ruim!”.
Fonte: TG.