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A guerra dos Sistemas Operacionais: Adoção às novas versões

Na guerra pelos usuários, Android e iOS lutam com todas as armas disponíveis: como a maioria dos usuários do Android ainda rodam a versão Gingerbread (2.3) e 83% dos usuários do iOS usam a versão 6 em diante, a Apple usa este trunfo para convencer usuários e desenvolvedores a usarem o iOS.

11 anos atrás

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Brigas e debates sobre os sistemas operacionais móveis não faltam na internet, cada usuário tem sua própria experiência com um sistema que mais lhe agrada e o defende ferozmente. É quase uma religião e o fanatismo às vezes supera aquele pelo time de futebol do coração. Atualmente, e já é assim há algum tempo, os dois maiores players nessa disputa são o Android do Google e o iOS da Apple.

Em um resumo atualizado da briga podemos dizer que os números atuais apontam: mundialmente, no quarto trimestre do ano passado, em relação a venda de smartphones, o Android obteve 70,1% do total de vendas, contra 21% do iOS e 8,9% dos demais sistemas operacionais. No mesmo período, no quesito tablets, o iOS dos iPad's teve um market share de 53,8%; contra 42,7% do Android e 3,5% dos demais, segundo dados do IDC. Outro quesito interessante para analisarmos nessa disputa é quem está faturando mais: no mesmo período analisado, a Apple abocanhou 72% do lucro total da indústria de smartphones e a Samsung 29%, sim 101%, pois as demais fabricantes não ganharam nada ou mesmo tiveram prejuízo, segundo a Canaccord. Ou seja, fica difícil determinar quem está ganhando, quando a tantos fatores a serem analisados.

Mas o que vou falar nesse artigo é sobre a adoção por parte dos usuários do Android e do iOS as novas versões dos respectivos sistemas operacionais. Há uma discrepância muito grande entre os concorrentes nesse quesito e é um dos trunfos mais utilizados pela Apple para estimular tanto usuários quanto desenvolvedores a darem preferência aos produtos com a maçã mordida. Foram divulgadas na segunda-feira as informações atualizadas do percentual de uso de cada versão do Android, o que mostra claramente a atual dispersão dos usuários entre as várias versões disponíveis do robô verde, 36,4% dos usuários ainda estão no Gingerbread (versão 2.3), o que a torna ainda versão mais utilizada entre todas. Em comparação, de acordo com a Chitika, em fevereiro de 2013 mais de 83% dos usuários de iPhones/iPads/iPods já estavam usando o iOS 6 e suas subversões.

É de certa forma fácil entender o porquê desse cenário, no caso do Android podemos apontar as seguintes razões para essa diferença toda: quantidade absurda de aparelhos, em maio do ano passado os desenvolvedores do aplicativo OpenSignal rastrearam todo mundo que baixou seu aplicativo e chegaram a conclusão que existem quase 4.000 aparelhos diferentes usando Android, em um ano não arrisco dizer quantos mais surgiram. Além das grandes (Samsung, Motorola, LG, HTC e Sony), centenas de outros fabricantes menores utilizam os códigos do sistema do Google, gerando aparelhos grande, pequenos, gordos, finos, coloridos, com muita memória de armazenamento, com quase nenhuma memória RAM, com ótimos processadores, com processadores quase inexistentes, resoluções e tipos de tela diferentes. Ou seja, uma salada de frutas incontrolável, a famosa fragmentação. Um inferno para os desenvolvedores que querem que seus aplicativos funcionem em todos sistemas e em todos aparelhos. O resultado disso são aplicativos que só funcionam em versões específicas do Android, deixando os usuários insatisfeitos.

Quando olhamos pro lado do iOS vemos que ele foi desenvolvido sob medida para uma quantidade limitada de aparelhos, todos seguindo uma linha evolutiva quase estática, pensado para operar em todas suas funções mesmo em aparelhos de gerações anteriores. Quase um paraíso para os desenvolvedores, que não sofrem muito em adaptar seus aplicativos para rodarem nos iPhones e iPads. E fica bom também pro usuário, que pode baixar um aplicativo tranquilo que ele vai funcionar sem problemas no seu aparelho, praticamente sem travar e na resolução correta.

É interessante observar que um sério problema do Android é o fato dos fabricantes preferirem lançar um aparelho novo com uma versão nova do sistema operacional do que adaptarem essas versões para seus aparelhos mais antigos. Então essa diferença entre os sistemas não se dá principalmente pelo desinteresse do usuário em atualizar o seu sistema, acredito que, se possível fosse, a grande maioria dos usuários do Android atualizaria do Gingerbread direto para o Jelly Bean. Outro fator impactante é que, muitas vezes, um aparelho low end (uma parcela significativa da quantidade de Androids vendidos), com uma configuração mais humilde, provavelmente vá morrer com a versão que veio, uma vez que essa limitação física o impede de ter os novos recursos.

E do outro lado temos a Apple incentivando diariamente a atualização do seu software de forma simplificada, no próprio aparelho, ou toda vez que o aparelho é plugado no iTunes. Sem muitos traumas, sem perder dados e sem precisar apelar para versões paralelas (CyanogenMod ftw). Não é de se estranhar que mais de 80% dos usuários já estejam com o iOS 6. E quem ainda não está de duas uma: ou nem sabe o que é sistema operacional e usa seu iPhone só para ligar e mandar mensagens ou está tranquilo com seu jailbreak no iOS 5 e não quer correr o risco de atualizar seu aparelho.

A tendência é que essa discrepância aumente cada vez mais, uma vez que muitos aparelhos ainda são fabricados e comercializados com versões antigas do Android e o Google não para de lançar versões novas, voltadas principalmente para os novos aparelhos mid e high end. Lógico que no acompanhamento mês a mês o Gingerbread vem caindo nas estatísticas, mas a passos extremamente lentos e paralíticos se comparados ao que a Apple faz quando lança uma versão nova do seu sistema operacional, ainda que muitos com certeza me xinguem por fazer tal comparação.

OBS.: Eu, Sandro, comecei minhas aventuras nos smartphones com um Samsung Galaxy Lite e desde então já tive seis outros aparelhos com Android e um com Windows Phone. Jamais tive um iPhone, apesar de conviver com os produtos da Apple diariamente.

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