Carlos Cardoso 10 anos atrás
O termo “LARP” causou mais dano ao teatro interativo e aos RPGs do que a NAMBLA à National Association of Marlon Brando Look Alikes. A idéia que vem à mente de todo mundo são nerds losers em último grau vestindo toalhas e fantasias feitas pelas mães, correndo em um bosque achando que são Gandalf, gritando “Lightning bolt1”.
Não é uma visão de toda errada. A vergonha alheia causada por este vídeo atinge níveis épicos em uma pessoa normal.
Só que nem sempre é assim. Uma boa partida de RPG já é um exercício de interpretação. Uma chance de criar, reagir, viver uma realidade diferente. É fantasia? Com certeza, mas muito mais gratificante do que o ato passivo de assistir um filme.
Na Europa esse tipo de diversão é levada a sério. Na Suécia e na Finlândia há casos de LARPs que foram filmados e comprados por emissoras de TV, e transmitidos como séries normais.
Um dos mais ambiciosos se The Monitor Celestra, é passado no Universo de Battlestar Galactica e reuniu 140 participantes durante três finais de semana. O projeto custou US$160 mil, quase tudo bancado pelos fãs. Roteiristas criaram situações, engenheiros projetaram hardwares para simular a tecnologia de uma nave espacial, e tudo aconteceu dentro de um destroyer aposentado da marinha sueca.
Veja o nível da coisa:
Agora os idealizadores do projeto querem levar a idéia para os EUA, mas estão esbarrando no enorme preconceito que todo mundo tem contra LARPs. Pensam inclusive em mudar o nome e evitar qualquer associação.
Quando crianças brincamos e fingimos ser astronautas, caubóis, soldados. Nos nossos videogames fingimos ser de encanadores a déspotas. A única diferença aqui é que não há tela separando as pessoas.
Tomara que a moda pegue. Seria incrivelmente divertido um final de semana fugindo de uma invasão alienígena, zumbis ou vampiros.
Fonte: TV