Ronaldo Gogoni 10 anos atrás
Conforme anunciado pela Universidade de Stanford, pesquisadores conseguiram desenvolver transístores usando os dois pilares do material genético: DNA e RNA. Chamados de "transcritores", esses componentes biológicos são capazes de armazenar informações do ambiente ao redor e disparar comandos simples - sim, essencialmente programando algumas linhas de comando numa célula.
Funciona mais ou menos assim: enquanto o transístor controla o fluxo elétrico que passa por ele, o transcritor controlaria o fluxo de polimerase de RNA, utilizando enzimas que controlam seu movimento pelo DNA. Com algumas pequenas modificações nas enzimas, pode-se fazer modificações em dois genes (os canais) e programar algumas funções de lógica booleana, como AND, OR, NOR, XOR e por aí vai. Segundo o dr. Jerome Bonnet, PhD, pós-doutorado em bioengenharia e responsável pelo projeto, "a escolha das enzimas é importante; tomamos o cuidado de selecionar aquelas que se adaptam bem a fungos, bactérias, plantas e animais, portanto esses bio-computadores poderão ser adaptados a vários organismos".
Claro, o transcritor por si só não é um bio-computador; precisamos de outros recursos para desenvolver similares biológicos da memória e do Bus para conectar todo o fluxo. Entretanto quando (e não se) conseguirmos, as possibilidades são imensas: poderemos, por exemplo, programar as células a pararem de produzir insulina ou se auto-destruírem se seu ciclo de reprodução sair do controle (câncer).
Eu já disse que adoro viver no futuro? 🙂
Fonte: ET