Carlos Cardoso 10 anos e meio atrás
As pessoas costumam achar batida a repetição da Lei de Clarke, de que qualquer tecnologia suficientemente avançada é indistinguível de mágica, e isso demonstra o quanto estamos avançados. Para muita gente ciência de ponta é algo… normal.
Cem anos atrás, independente de pesar ou não o mesmo que um pato, qualquer um seria queimado vivo se aparecesse com um experimento como o de Chris Benmore, do Laboratório Nacional de Argonne.
O mais lindo é que o efeito conseguido é só um subproduto do objetivo: Achar formas de manipular substâncias químicas sem contato com frascos e recipientes. Algumas substâncias quando armazenadas em fracos assumem forma cristalina, o que impede que sejam absorvidos de forma eficiente pelo organismo.
A solução? usando pela primeira vez de forma correta a lógica do corno do sofá, eles se livraram do sofá, ou no caso, dos frascos. Criaram um container composto de… som.
Um conjunto de alto-falantes gera ondas de pressão que mantém as gotas do medicamento suspensas no ar. No futuro as drogas poderão vir em recipientes especiais, flutuando á espera da hora de ser usadas. Veja:
E esse nem é o exemplo mais comum de ciência fazendo o que nem Harry Potter conseguiu de primeira. Mais prosaica ainda é a “Levitação” usando Hexafluoreto de Enxofre, um gás seis vezes mais denso que o ar, que quando inalado deixa todo mundo com voz de Darth Vader, e gera efeitos visuais também indistinguíveis de mágica:
Vivemos uma era de milagres cotidianos. Temos remédios corriqueiros para doenças antes mortais, viajamos 800Km em um dia de trabalho, sem perceber que isso é mais do que 99,999% da humanidade viajaria a vida toda, até o advento do automóvel. Achamos corriqueiras fotos de um robô a 14 minutos-luz de distância, e transformar Chumbo em Ouro só não é feito por sair mais caro que o Ouro conseguido.
Por séculos fomos reféns de mágicos e contadores de história para nos deixar deslumbrados. Talvez seja –finalmente- a vez dos cientistas.