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Burocracia brasileira derruba drones mais rápido do que MIGs russos

11 anos e meio atrás

O vídeo acima é de 2008, foi feito durante um daqueles arranca-rabos regionais quando a Rússia e a Geórgia se estranharam. Apesar de Moscow negar, a imagem fala por si só: Um drone da Geórgia filma um MIG se aproximando e lançando o equivalente (ex)comunista a um Sidewinder e mandando o drone pro inferno.

A maioria dos pilotos consideraria isso um desperdício de um bom míssil, e devo concordar. Há jeitos mais fáceis, embora não tão baratos, de tirar um drone do ar. O melhor deles é botar brasileiro no meio.

Uma das promessas de campanha da Presidente Dilma foi investir pesado em tecnologia de drones, para patrulhar fronteiras e identificar pontos de travessia do narcotráfico. O projeto era ambicioso, previa até 2014 14 drones israelenses, espalhados entre PR, RO, AM e DF. O orçamento era de R$665 milhões.

Nem vou questionar que cada unidade do Heron, o modelo escolhido, custe US$10 milhões e 14, sem desconto, sem chorar seriam R$282.3 milhões. Que seja, que na diferença esteja embutindo treinamento, infraestrutura, etc.

O problema é que, segundo esta matéria da Revista Época, foram gastos R$73 milhões, comprados dois drones e ambos estão PARADOS, não saem do chão. Um nem chegou a sair de Israel. O outro só voou na apresentação pro Ministro da Justiça, em Novembro do ano passado. Hoje está em um hangar, os equipamentos encaixotados e a Polícia Federal num bate-boca com a Aeronáutica, que está de olho nos aparelhos (e irritando Israel, que vendeu para uso exclusivo pela polícia) e alegações de que não há contrato de manutenção, então não podem decolar.

É triste, triste e recomendo que você leia a matéria completa da Época, O rebuceteio burocrático é a CARA do Brasil, é típica a confusão gerada por qualquer tecnologia mais avançada que o fogo, e mostra porquê não podemos ter coisas legais neste país.

Grato (ou não) ao Flávio pela dica via Twitter.

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