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Bloober Team e a justificativa para refazer o Silent Hill 2

Segundo profissionais da Bloober Team, escolha pelo Silent Hill 2 se deu pela combinação com o DNA do estúdio, mas decisão acabou sendo da Konami

22/08/2024 às 10:34

Apesar de algumas pessoas acharem que recriar um jogo tão adorado quanto o Silent Hill 2 seja uma tarefa perigosa, certamente há muitos estúdios por aí que adorariam ter essa oportunidade. Os escolhidos para esse desafio foi o pessoal do Bloober Team, mas você já se perguntou por que eles decidiram começar pelo segundo capítulo e não pelo primeiro?

Silent Hill 2 - Bloober Team

Crédito: Divulgação/Bloober Team

Uma boa explicação para isso poderia estar na base do jogo criado por Keiichiro Toyama e lançado pela Konami em 1999. Aquele era um título para o primeiro PlayStation e como quase todos os jogos 3D criados para o console, visualmente ele não envelheceu bem. Para modernizar algo assim seria preciso refazê-lo do zero, um projeto que seria bastante desafiador e que, guardadas as devidas proporções, comparado ao que Square Enix está fazendo com o Final Fantasy VII.

Mas segundo o diretor de criação deste remake, Mateusz Lenart, a opção pelo segundo jogo não se deve a uma suposta facilidade de produção e sim maior familiaridade com a história contada na continuação.

“Acho que o Silent Hill 2 simplesmente combina melhor com o nosso DNA,” justificou. “Ele é muito mais emocional, uma história mais pessoal do que, por exemplo, o primeiro jogo ou o terceiro jogo. E nós na Bloober Team sempre fomos fãs de contar histórias pessoais sobre as experiências das pessoas, os sentimentos das pessoas e como elas passam por isso. Não tanto sobre, você sabe, ocultismo e coisas de outro mundo, certo? Então acho que essa foi a principal razão, basicamente.”

Silent Hill 2 - Bloober Team

Crédito: Divulgação/Bloober Team

Tal opinião foi compartilhada pelo produtor chefe, Maciej Głomb, mas ele fez uma ressalva importante em relação à decisão final. “Sim, o Silent Hill 2 é a melhor combinação para nós como Bloober Team, em termos do nosso DNA e os jogos que fizemos anteriormente. Por outro lado, não é como se tomássemos a decisão, certo? A franquia está ligada aos planos da Konami,” explicou.

Na sequência, Glomb afirmou que o motivo por terem sido procurados está diretamente relacionado a Konami entender que o estilo do estúdio combina com o jogo, já que eles foram tão influenciados pela história protagonizada por James Sunderland. “No Layers of Fear, que é um jogo completamente diferente, mas possui finais diferentes, ele foi inspirado pelo Silent Hill 2,” citou como exemplo. “Ter aquelas pequenas coisas durante o jogo que não dizemos a você e levará a um final diferente.”

Mas se pelo lado do Bloober Team a escolha parece óbvia e de certa forma inevitável, não acho que o mesmo possa ser dito da Konami. Sim, do ponto de vista do negócio, apostar em recriar o segundo jogo talvez seja o mais fácil, afinal aquele é um capítulo adorado por todos e cujo investimento nesta nova versão teoricamente será muito menor.

Além disso, sua história não está diretamente ligada a do antecessor, então aqueles que não experimentaram a assustadora saga de Harry Mason não perderão muito quando colocarem as mãos no remake da continuação. Contudo, eu não consigo deixar de lamentar um jogo tão fantástico quanto o Silent Hill permanecer “preso” à tecnologia do PS1.

Crédito: Divulgação/Bloober Team

Encarar algo como ele atualmente é uma tarefa para poucos, com seus gráficos pixelados, texturas em baixa resolução e curtíssima distância de visão deixando claro que lá se vão duas décadas e meia desde a primeira vez que pudemos experimentar aquela obra de arte. Com o devido tempo e orçamento, uma versão daquele jogo para as máquinas atuais poderia melhorar muito algo que já era fantástico, mas aparentemente os executivos da Konami não estão interessados em nos dar essa oportunidade.

Quanto a esse retorno do Silent Hill 2, alguns veículos de imprensa tiveram a oportunidade de testar uma versão preliminar nos últimos dias e a opinião quase unanime foi de que o Bloober Team acertou. Para essas pessoas, o estúdio conseguiu respeitar a atmosfera do original e melhorou muito a parte visual e a jogabilidade, com o tratamento sendo comparado aos remakes que a Capcom tem feito para a série Resident Evil.

Como a data de lançamento do jogo está prevista para acontecer em 8 de outubro, felizmente não teremos que esperar muito para saber se as primeiras impressões estão corretas. E caso o remake realmente agrade os fãs, quem sabe a Konami não se anime e finalmente resolva dar o sinal verde para que o primeiro jogo também seja resgatado?

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