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Precisamos da volta do Marvel vs Capcom 2

Sete anos depois de desaparecer das lojas dos consoles, fãs realizam campanha para que um dos melhores jogos de luta, o Marvel vs Capcom 2, seja relançado

2 anos e meio atrás

A Capcom sempre teve seu nome associado aos arcades, com os fãs dos jogos de luta prestando bastante atenção em tudo o que a empresa produzia. Então, quando em 1994 eles lançaram o X-Men: Children of the Atom, começava ali uma parceria com a Marvel que renderia diversos ótimos títulos do gênero e um que permanece adorado ainda hoje atende pelo nome Marvel vs Capcom 2: New Age of Heroes.

Marvel vs. Capcom 2: New Age of Heroes

Crédito: Reprodução/UdonCrew/DeviantArt

Lançado nos fliperamas japoneses em fevereiro de 2000, assim como no seu antecessor, o Marvel vs. Capcom: Clash of Super Heroes, o jogo também colocava personagens das duas empresas para lutarem, mas trazia uma enorme quantidade de melhorias. Para começar, o sistema de controles foi simplificado, oferecendo apenas quatro botões para ataques, além de contar com um novo sistema de assistência dos personagens que estavam “na reserva”.

Porém, foi a adição de um novo integrante na equipe que controlamos que fez com que a experiência mudasse bastante, principalmente porque com ele veio a disponibilização de uma enorme quantidade de lutadores. Ao todo, Marvel vs Capcom 2 possuía 56 personagens para serem escolhidos, fazendo com que ele se tornasse o jogo de luta com o maior elenco até então.

Tantos personagens permitiu a realização de combates fantásticos, como por exemplo ver o Akuma medindo força com o Wolverine; o Thanos enfrentar o Mega Man; o Venom trocar tapas com o Captain Commando ou ainda testar como o Ryu se sairia ao duelar com o Capitão América. As possibilidades eram imensas e por entregar uma qualidade visual impressionante, com muitos detalhes nos cenários em 3D e os lutadores que ocupam boa parte da tela, aquelas lutas logo caíram no gosto dos jogadores.

Ainda naquele ano foi a vez do Dreamcast receber o jogo e como ele havia sido feito na placa Naomi da Sega, o que os felizardos proprietários do console receberam foi uma conversão quase perfeita. Um detalhe curioso é que no Japão as máquinas contavam com uma entrada para o VMU (como era conhecido o memory card daquele videogame) e assim os jogadores poderiam aproveitar os pontos de experiências adquiridos nos arcades para desbloquear novos personagens, estágios e esquemas de cores para as roupas quando fossem jogar no console.

Dois anos depois o Marvel vs. Capcom 2 chegou ao PlayStation 2 e Xbox, e mesmo com estas versões tendo ficado inferiores àquela vista no videogame da Sega, ainda eram capazes de entregar uma enorme quantidade diversão. A maior crítica recaia mesmo na falta de partidas online, mas como elas também só estavam presente na versão para o Dreamcast lançada no Japão, o problema acabou afetando todos os ocidentais que adquiriram o crossover para poder jogar no conforto de suas casas.

Crédito: Divulgação/Capcom

"I'm Gonna Take You For a Ride"

Com a Capcom tendo perdido os direitos sobre os personagens da Marvel, tudo indicava que aquele fantástico jogo estava fadado a viver apenas em nossas memórias, já que cópias físicas dele passaram a custar uma pequena fortuna e encontrar um fliperama ainda funcionando tornou-se uma tarefa quase impossível. Contudo, em abril de 2009 o que era improvável aconteceu: durante um evento realizado pela própria empresa, a Capcom anunciou que o Marvel vs Capcom 2 seria relançado digitalmente para PlayStation 3 e Xbox 360.

Embora o jogo infelizmente não tivesse gráficos redesenhados a mão como aconteceu no Super Street Fighter II Turbo HD Remix, ao menos ele evoluiu para widescreen e aproveitou o sistema de confrontos online que havia sido criado para aquela remasterização, finalmente nos permitindo desafiar pessoas de qualquer lugar do mundo. Além disso, todos os personagens estavam desbloqueados desde o início, poupando assim um tempo precioso de quem desejava jogar com figuras como o Ken ou o Akuma.

Contudo, o que foi motivo para comemorações para muita gente, dos que adorariam poder revisitar aquele ótimo jogo aos que teriam ali a primeira oportunidade de conhecê-lo, não durou muito. Assim como acontece com quase todos os jogos que utilizam marcas da Marvel, o contrato para a sua distribuição não duraria para sempre e no final de 2013 ele deixou de ser vendido nas lojas virtuais de ambos os consoles, com a versão para o iOS desaparecendo logo depois.

Desde então, a única opção para comprarmos o Marvel vs. Capcom 2 passou a ser garimpando uma cópia física para um dos antigos consoles em que ele foi lançado (o que pode passar de US$ 100) e como isso é inviável para a maioria das pessoas, o que muitos acabam fazendo é recorrer à pirataria ou à emulação. Pois foi pensando nisso que uma pessoa bastante influente entre os fãs do gênero iniciou uma campanha.

Crédito: Divulgação/Capcom

O clamor pelo retorno

Contando com mais de 1,4 milhão de seguidores no Youtube, Maximilian Dood possui um canal dedicado a jogos de luta e no início de agosto ele publicou um vídeo onde lamenta a situação do título. Afirmando se tratar de um dos jogos mais celebrados de todos os tempos e lembrando que lá se vão sete anos desde que o clássico foi removido das lojas, isso teria o enviado para a prisão e assim nasceu a #FREEMVC2.

Logo após e iniciativa ir ao ar, o que se viu foi uma enxurrada de mensagens nas redes sociais, com milhares de jogadores compartilhando histórias, ilustrações, vídeos e muitos pedidos para que o Marvel vs. Capcom 2 seja disponibilizado nas plataformas atuais. E entre as pessoas que foram alcançadas pela campanha está Stephen Frost, um produtor executivo que hoje está na DigitalEclipse, estúdio este formado por profissionais que participaram do relançamento do jogo quando estavam na Backbone Entertainment.

Usando sua conta no Twitter, ele convocou a Capcom para fazer com que o jogo título ressurja:

Eu adoraria trabalhar num lançamento atualizado do MVC2, adicionando melhorias de qualidade de vida, assim como nossos presentinhos de bastidores da @DigitalEclipse. Sinta-se à vontade para entrar em contato conosco, @CapcomUSA_… estamos aguardando.

Outro executivo que seguiu pelo mesmo caminho foi o chefe da desenvolvedora, Mike Mika. Citando a hashtag da campanha, ele também declarou o desejo de poder trabalhar numa nova versão para o jogo, mas citou um nome que seria de suma importância para que o projeto saísse do papel, a Disney. O problema é que a relação entre a casa do Mickey e a Capcom estaria estremecida desde o desenvolvimento do Marvel vs Capcom: Infinite, algo que deverá ser bem difícil de reverter.

O que pode ajudar a convencer a Disney talvez nem seja a admiração de figuras importantes como Michael B. “Killmonger” Jordan pelo jogo, mas justamente a enorme popularidade que ele ainda possui, o que consequentemente indica que um relançamento resultaria em boas vendas. Segundo Mika, atualmente existe mais pessoas passando seu tempo no Marvel vs Capcom 2: New Age of Heroes do PlayStation 3 do que em muitos títulos disponíveis para os videogames mais modernos.

Se isso será suficiente para que um dia vejamos tal jogo voltar a ser vendido nas lojas dos consoles (e quem sabe até do PC), por enquanto ainda não temos como saber. O que nos dá um pouco de esperança é o fato de que algumas vezes os pedidos dos fãs são ouvidos e com sorte, quem sabe esta nova ressurreição não venha com gráficos parecidos com o de jogos 2D lançados recentemente, como o Streets of Rage 4.

Enquanto isso, acho que vou ligar o PlayStation 3 e matar um pouco da saudade.

Fonte: Polygon

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