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Star Trek: Strange New Worlds - Nova série com o Capitão Pike

Star Trek desiludiu muitos fãs com Discovery, mas agora uma nova série unirá todas as tribos: Strange New Worlds, com a Enterprise e Chris Pike

4 anos atrás

Star Trek é uma franquia que muitos pensaram estar morta, foi ressuscitada com uma nova série, mas para muitos havia perdido sua essência. Agora fomos surpreendidos com a notícia: Depois de ir audaciosamente aonde ninguém jamais esteve, Star Trek voltará às suas origens com Strange New Worlds, uma nova série com Christopher Pike, e os fãs estão em êxtase.

Christopher Pike (Anson Mount), Spock (Ethan Peck) e Número 1 (Rebecca Romijn)

Star Trek sempre foi uma utopia, a idéia de Gene Roddenberry era mostrar o melhor do Ser Humano, pessoas cooperando por um objetivo em comum, um mundo sem miséria, violência, guerras, preconceitos, aonde todo mundo recebia oportunidades de crescer como pessoa e atingir seu potencial máximo.

Mesmo séries como Deep Space Nine, que mostravam um mundo bem mais cinza do que o preto-e-branco maniqueísta das outras séries ainda insistiam na utopia. Havia o lado ruim, havia decisões questionáveis, Ben Sisko violou todas as regras éticas ao falsificar provas de uma traição do Dominion e fomentar uma guerra entre eles e os Romulanos, mas ainda assim havia a sombra dos ideais pregados pela série.

Quando Discovery estreou, caiu em um vácuo. A série começou matando a capitã, a protagonista era uma criatura antipática que por boa parte da primeira temporada estava na nave forçada, e não havia nenhuma jornada nas estrelas, só missões de guerra. Pombas, se eu quero guerra nas estrelas eu vou ver Star Wars, não Star Trek.

Para piorar a série se esforçou para alienar mais ainda os fãs mais antigos, com um discurso ofensivo de que AGORA Star Trek tinha diversidade e discutia questões sociais. Faça-me o favor, Star Trek discutia questões sociais desde a série clássica, às vezes de forma magistral, mas usando algo que simplesmente não funciona com millenials: Metáforas. The Orville acabou sendo muito mais Star Trek do que Discovery, nesse ponto, mas surgiu uma luz no fim do túnel.

Discovery prega tanto diversidade mas bota todo mundo com o mesmo uniforme, nem destaca do cenário.

A segunda parte da primeira temporada, com a Discovery interagindo no Universo do Espelho foi excelente, mas a nave continuou sem um capitão, visto que Lorca era do mal. Tudo mudou no último episódio, quando eles encontram a USS Enterprise, e com ela o Capitão Christopher Pike, antecessor de James Kirk no comando.

Pike lidera a Discovery em uma ótima segunda temporada, em alguns momentos há até um vislumbre da velha Trek ali, mas mesmo com Pike, a Número 1 e Spock, eles ainda são estranhos naquela nave.

Ficou evidente que os fãs queriam mais daquele grupo, sem o ranço do elenco de Discovery, uma tripulação que às vezes rendia excelentes cenas, mas muito pouco Jornada de verdade.

Curiosamente o que mais deu certo foi o lado subversivo, e a Imperadora Georgiou se mostrou uma vilã deliciosa (no bom sentido), má feito o Pica-Pau, que se encaixou perfeitamente no mundo cinza da Seção 31, o grupo secreto dentro da Frota Estelar que manipula a geopolítica da galáxia melhor que o Palpatine, e existe desde antes do tempo de James Kirk.

A Seção 31, com a Capitão/Imperadora Georgiou vai virar uma série, o que é ótimo, mas não é Star Trek de raiz, não tem aquela mensagem de otimismo que a Nova Geração e a Série Clássica tinham. Não tem gente com uniformes coloridos, explorando a galáxia, beijando moças verdes e enfrentando lagartos alienígenas.

Em tempos complicados é importante termos algo para nos apegar, e apesar de vivermos uma segunda Renascença de Jornada nas Estrelas, com mais séries do que jamais sonhamos, nenhuma delas traz essa mensagem. Até agora.

Trekkers sempre tiveram medo de remakes, de reboots. Muita gente ainda não engoliu a linha temporal Kelvin, a versão do cinema de JJ Abrams para Jornada nas Estrelas, ninguém queria ver um reboot com outro sujeito na TV fingindo ser William Shatner, e se você perguntassem, zero trekkers iriam querer assistir uma série com Christopher Pike, um sujeito que só aparece no piloto não-veiculado da série de 1966, mas Discovery mudou tudo.

Pike é mais que um personagem descartável em uma cadeira de rodas usando código-morse. Ele é um sujeito que acompanhamos uma temporada inteira vestindo as cores certas, tomando decisões, botando ordem na casa. As cenas dentro da nova (velha) Enterprise tinham um clima diferente, uma familiaridade que há muito não sentíamos.

O final da segunda temporada de Discovery foi um tapa na cara da série, pois mostrou... a Enterprise de Pike, rumo a uma nova aventura. Na época não havia planos para um spin-off, mas a quantidade de fãs exigindo implorando ameaçando foi tão grande que a a produção da nova série, Strange New Worlds foi contratada pela CBS All Access sem nem mesmo precisar de um piloto.

https://youtu.be/WYvsMpE6blo

Ah sim, e antes que reclamem da "lacração", bem antes do Comandante Riker ser chamado de Número Um por Picard, lá no tempo do primeiro piloto a Enterprise de Pike tinha uma mulher como segunda em comando, chamada de Número Um, interpretada por Majel Barrett, futura senhora Roddenberry, que ironicamente na época era a Número Dois do então casado produtor mas chega de fofoca. E se serve de consolo Número Um foi até um cachorro em Picard antes de ser mulher numa série.

Mais de 50 anos depois, com tantos altos e baixos, hiatos imensos, filmes complicados como Nêmesis, séries como Enterprise, que demoraram demais a se acertar e morreram antes do tempo, temos uma nova velha Star Trek. Sem o desejo de ser ousada e quebrar paradigmas, sem desconstruir nada, apenas explorando estranhos novos mundos, procurando novas formas de vida, novas civilizações, audaciosamente indo aonde nenhum homem, aonde ninguém jamais esteve.

Com essa notícia, com essa nova série os trekkers podem finalmente respirar aliviados e dizer: “Chewie, estamos em casa!”

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