Dori Prata 4 anos atrás
Reggie Fils-Aimé nunca foi um artista ou compositor de trilhas para games, não foi o roteirista de um algum clássico, muito menos viu o seu nome aparecer em algum título como diretor ou coisa que o valha. Ainda assim, podemos dizer que o sujeito é uma lenda.
Após passar por algumas empresas menores, em 2003 o americano assumiu o cargo de Vice-presidente de Vendas e Marketing da Nintendo, chegando depois ao posto mais alto da companhia, mas principalmente, com o tempo ele acabou conseguindo algo que parecia impossível: se tornar uma das caras mais conhecidas da empresa. Eis que 15 anos depois, “Regginator” pegou todos de surpresa ao anunciar a sua aposentadoria.
“A Nintendo possui uma parte do meu coração para sempre,” declarou Fils-Aimé em sua carta pública de despedida. “É uma parte que foi preenchida com gratidão — pelas incríveis talentosas pessoas com quem trabalhei, pela oportunidade de representar uma marca tão maravilhosa e acima de tudo, por me sentir como um membro da mais positiva e duradoura comunidade gamer. Estou ansioso para partir tanto com saúde quanto com bom humor, este não é um ‘game over’ para mim, mas ‘level up’ para mais tempo com a minha esposa, família e amigos.”
Grande da fama de Reggie Fils-Aimé se deu obviamente pelo seu carisma, mas também por ele ter sido o porta-voz da Nintendo no ocidente, sempre aparecendo nas apresentações que a companhia fazia através dos Nintendo Direct e da E3, quando eles ainda participavam da feira. Aliás, foi por lá, na edição de 2007, que ele apareceu para revelar ao mundo o Wii Balance Board e disparou a famosa frase “My body… My body is ready”, que acabou virando um meme.
Mas apesar de todo o folclore que cerca Fils-Aimé, ele foi um executivo importantíssimo para a Nintendo, sendo apontado por exemplo como um dos principais responsáveis por mudar completamente a relação da empresa com o público norte-americano e pelo sucesso do Wii deste lado de cá do planeta.
Durante sua passagem pela fabricante, Regginator participou do lançamento de três consoles (Wii, Wii U e Switch), além da chegada do DS e do 3DS. Desses, apenas o Wii U deixou (e muito) a desejar, mas o mais importante sem dúvida foi a maneira como ele conseguiu passar uma imagem mais simpática da Nintendo.
Quanto ao futuro da BigN, agora caberá a Doug Bowser controlar a sua divisão norte-americana. Contratado em 2015 como Vice-presidente de Vendas, profissionalmente ele tem seguido os passos de Reggie Fils-Aimé, mas tenho minhas dúvidas se conseguirá repetir o carisma do seu antecessor. Agora, o triste mesmo é saber que no fim das contas, o Bowser conseguiu vencer.
MUWAHAHAHA! It’s-a me, Bowser! I've taken over the @NintendoAmerica Twitter account! FOLLOW ME! pic.twitter.com/q6sMf3X5e1
— Nintendo of America (@NintendoAmerica) 18 de março de 2015