Nick Ellis 4 anos atrás
Quem leu meu post sobre a primeira série original coreana da Netflix sabe o quanto eu estava ansioso pra assistir Kingdom, e não me decepcionei com o resultado, muito pelo contrário. Kingdom entrega tudo que promete quando foi anunciada, uma série passada na Coreia medieval com um elemento extra, zumbis assustadores e bem rápidos.
A reconstituição da época da Dinastia Joseon (ou Chosun, se você preferir), e da capital Hanseong (a atual Seul) é notável, e merece muitos aplausos. A produção não foi nada barata, mas dá pra ver que o dinheiro foi bem investido, e não só na maquiagem e caracterização dos zumbis.
Os primeiros episódios da série não dão trégua, Kingdom já começa com um ritmo impressionante frenético. É fácil entender o motivo para tanta intensidade por capítulo, já que essa temporada foi reduzida de 8 para 6 episódios, mas tirando o gostinho de quero mais, essa decisão não chega a prejudicar a série. A direção de Kim Seong-hun é excelente, assim como o texto de Kim Eun-hee.
No outro post falei sobre a parte técnica da série, então neste vou falar mais sobre o que eu achei da série, mas tentando não entrar em spoilers pra não estragar a experiência de quem ainda não viu. Vamos começar pela trama básica, algo que basicamente já dá pra ver no trailer.
Tudo começa com o rei, que está incomunicável (e irreconhecível), acometido de uma doença misteriosa. O príncipe herdeiro Lee Chang (Ju Ji-Hoon) tenta falar com seu pai, mas é impedido pela jovem rainha, que também está esperando um filho, e que também será herdeiro do trono. Ela é filha do ambicioso Sr. Cho (Ryu Seung-ryong), que toma conta do rei.
Depois de convencer seu fiel escudeiro Muyeong (Kim Sang-ho) a roubar os registros médicos do rei que eram mantidos em segredo, o príncipe decide investigar por conta própria o que está acontecendo, e viajar até Dongnae, onde mora o último médico a atender seu pai.
Ao descobrir o que está por trás da doença, o príncipe encontra uma ameaça que pode acabar com o reino. O que era uma doença, se torna rapidamente uma verdadeira epidemia, e eventualmente, ataques de zumbis muito esfomeados.
Em Dongnae o príncipe Chang também conhece outros personagens notáveis, a super versátil enfermeira Seo-bi (Bae Doona, de Cloud Atlas e Sense8) e um misterioso atirador de elite, que formam ao lado de Muyeong o trio de companheiros perfeitos pra se ter ao lado durante um ataque zumbi.
Se Ju Ji-Hoon está muito bem como o honrado Lee Chang, Bae Doona (a eterna Sun) está perfeita como Seo-bi, a atriz dá um verdadeiro show em cena. A série também conta com outros atores veteranos e com alguns que fazem o alívio cômico, tão necessário no meio de tanto sangue e carnificina.
Durante a série, além dos zumbis, existem outras ameaças ao reino, que são as intrigas do clã Cho tentando prejudicar o príncipe herdeiro. Em seus melhores momentos, as armações do Palácio Real lembram Game of Thrones.
Ter escolhido Kingdom como primeira série original na Coreia do Sul faz todo o sentido, pois além de Kingdom mostrar todo o lado cultural do passado do país, também traz toda a questão política, e a luta pelo poder que são temas universais e atemporais, e que contam com grande apelo para audiências ao redor do mundo.
Outro atrativo claro da série são os zumbis, que também são os motivos pelos quais Kingdom não é recomendada para menores de 16 anos. A grande verdade é que os seis episódios da série trazem zumbis bem mais assustadores (e bem mais ágeis) do que os de The Walking Dead.
Com vários personagens marcantes aos quais o espectador acaba se apegando ao longo dos episódios, Kingdom é uma série que se assiste em poucos dias, e deixa saudades. Se essa série tem um defeito, é ser tão curta, o que significa que vamos ter que esperar mais quase um ano pra saber o que vai acontecer no resto da história.
Se você for assinante da Netflix, clique aqui pra colocar Kingdom na sua lista.
Clique abaixo para ver o primeiro trailer.
Assista também ao segundo.