Carlos Cardoso 5 anos e meio atrás
Star Trek: Discovery teve uma primeira temporada que dividiu muita gente, o que em minha opinião é ótimo, já que via-de-regra (não sou jornalista, posso escrever via-de-regra) toda primeira temporada de Star Trek é uma bomba. O consenso é que tentaram fazer uma versão dark radical de Star Trek, com muito pouco de Star Trek.
Curiosamente como toda série de Star Trek, Discovery ficou muito boa quando foi para o Universo do Espelho, mas o que mais gostei foi de terem enganado a turma da lacração. Discovery foi vendida como uma série progressista inclusiva tolerante e que iria trazer Star Trek para o Século XXI, onde negros, mulheres, gays teriam lugar de destaque e seriam vistos como iguais.
A lacrosfera ignorou a série, por cumprir essa promessa e obviamente se não há motivo para reclamar não há motivo para assistir -quem chilica não consome- já o fã verdadeiro de Star Trek viu a série e pensou "Ué, mas isso é Star Trek, ela SEMPRE teve diversidade, mulheres, igualdade racial e sempre discutiu temas sociais polêmicos".
Agora a segunda temporada vai ser diferente. Mudaram o comando da série e ela será mais episódica e muito mais leve, o clima pesado era a maior queixa até de quem gostou da primeira temporada.
Uma grande novidade será a aparição no primeiro episódio da USS Enterprise, NCC-1701, sem nenhum maldito A, B, C ou D. Comandada pelo Capitão Christopher Pike, ela trará uma personagem que não era vista desde o primeiro piloto da série, The Cage: A Número Um, que em 1965 foi interpretada por Majel Barret, futura Senhora Gene Roddenberry.
Na época ela foi o único elemento que a emissora não aceitou negociar, até o Spock e seu "jeito satânico" Gene Roddenberry conseguiu manter. Ele remanejou a atriz como a Enfermeira Chapel, Spock foi promovido e nas três temporadas Gene se vingou criando personagens femininas diplomatas, espiãs e oficiais, abrindo espaço para grandes personagens como a Major Kira em Deep Space Nine, e a Capitã Janeway em Voyager.
Agora em Discovery a Número Um voltará, interpretada por Rebecca Romijn, que em uma daquelas conexões Kevin Bacon, era uma das protagonistas da fofinha série The Librarians, cujo Produtor-Supervisor era Jonathan Frakes, que por 7 temporadas e vários filmes participou de Star Trek: A Nova Geração no papel de William T. Riker, o... Número Um.
O divertido MESMO vai ser a turminha engajada celebrando a grande conquista feminina sem saber que é algo que aconteceu 54 anos atrás.
A próxima temporada de Discovery chega no comecinho de 2019.
E não deixe de ouvir os episódios #50 e #56 do Sala da Justiça sobre a primeira temporada de Star Trek: Discovery!