Ronaldo Gogoni 5 anos atrás
Nesta terça-feira (24) a Apple enfim se manifestou sobre os problemas que afetam os novos MacBooks Pro quando estes superaquecem, o que ativa o recurso de thermal throttling que reduz a frequência dos processadores. Segundo a maçã, o problema é uma falha de software mas como sempre, as coisas não são tão simples assim.
Através de um comunicado oficial, a Apple informa que o bug se dá devido a ausência de uma "chave digital" no firmware de todos os novos modelos de MacBooks Pro, de 13 e 15 polegadas e não apenas o topo de linha, equipado com o processador Core i9-8950HK da Intel e que foi o centro da confusão. Essa chave em questão atuaria no sistema de gerenciamento térmico dos dispositivos, e sem ela bastaria a execução de qualquer software pesado que o thermal throttling, que é uma medida de segurança entrava em ação.
Em comunicado ao site The Verge, a Apple diz que não chegou a notar o problema com a linha pois o thermal throttling só entrou em ação durante a fase de testes "apenas sob cargas de trabalho bastante específicas e intensas", não dando maiores detalhes. Não se sabe que tipo de softwares a maçã rodou enquanto testava os novos produtos, ou se está desviando a atenção do real problema.
A Apple está liberando uma atualização adicional para o macOS High Sierra 10.13.6, que deve ser instalada por todos os donos de MacBooks Pro 2018 (gerações anteriores não foram afetadas pelo problema). Oficialmente, a solução se limita à correção de software e nada mais.
No entanto, há fatores extras a serem considerados. Como dito anteriormente, o thermal throttling é um recurso de segurança já bem conhecido da Intel que é ativado também em outros produtos; segundo a companhia, cada manufatura é livre para implementar seu próprio sistema de controle de performance, definindo um limite de temperatura personalizado que indica quando o recurso deve entrar em ação.
É possível que a Apple tenha definido uma temperatura limite mais baixa e isso, somado à combinação de um design compacto, um sistema de ventilação insuficiente e um corpo monobloco de alumínio podem vir a ser fatores que ajudam na sobrecarga dos processadores em tempo recorde. A correção poderia em tese elevar o limite, o que pode permitir que os MacBooks Pro alcancem seu potencial mas também fiquem mais sujeitos a problemas decorrentes do superaquecimento.
Basta observar outros modelos de laptops que utilizam o Core i9-8950HK, como o Helios 500 da Acer e os novos Alienware 15 e 17 da Dell, sem muita surpresa voltados para o consumidor gamer e por isso mesmo, são grandes, pesados e contam com sistemas de refrigeração e ventilação poderosos, tudo para manter a temperatura do hardware em níveis suportáveis pelo usuário e saudáveis para o dispositivo.
A Consumer Reports também saiu em defesa da Apple, afirmando que o thermal throttling "não é um bug, e sim um feature" que afeta todos os ultrabooks compactos com configurações de ponta (o que é verdade), como o novo XPS 15 da Dell; segundo Richard Fisco, líder do setor de testes de eletrônicos, "é preferível que o sistema leve mais tempo para executar uma tarefa, do que permitir que o processador frite". E completou, ao encarnar o Capitão Óbvio:
"Um laptop é o pior ambiente possível para um processador; a falta de espaço não permite uma refrigeração adequada."
A Consumer Reports recomenda uma solução eficaz para quem precisa rodar softwares pesados e não quer sofrer com o thermal throttling: "se você precisa de poder de fogo e velocidade, um desktop de ponta é uma opção muito melhor do que qualquer laptop." Resumindo, compre um iMac Pro ao invés de um MacBook Pro.
Com informações: The Verge, The Loop, Cult of Mac, ExtremeTech.