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Nikon P1000 — um monstro com preço salgado

A Nikon se prepara para colocar no mercado sua nova ultrazoom de alto desempenho. A P1000 chega com muitos recursos e confortos, mas com os mesmos velhos problemas desse tipo de câmera.

6 anos atrás

O mercado de câmeras compactas point-and-shoot morreu, mas o mercado de compactas ultrazoom ainda existe. Sabemos que 95% dessas câmeras são muito ruins, mas algumas escapam. Lembro que muito fotógrafo profissional começou no mercado digital com esse tipo de câmera. Em 2008 uma câmera reflex digital era muito cara, mas as prosumers (câmeras compactas com características de câmeras mais avançadas) eram praticamente ultrazoons e apresentavam uma qualidade aceitável para o cliente médio. Muita gente teve uma Sony f808 ou uma Fuji S91000 para atender à clientes que também não entendiam muito de qualidade de imagem.

Recentemente, uma ultrazoom que chamou muita atenção foi a Nikon P900. Era um monstro, uma câmera muito grande (comparada aos modelos ultrazoom que temos no momento) e com um preço bem salgado também. A empunhadura da câmera e o tamanho dela garantiam uma estabilidade e conforto que não existe nesse segmento de câmeras. Mas, nem tudo era bacana. A câmera não produzia imagens em RAW e o visor eletrônico era muito pobre. Eu tive oportunidade de brincar com uma dessas e gostei muito. Achei bem interessante.

Agora, a Nikon está lançando a sua sucessora. A nova P1000 chega com um tamanho maior do que sua antecessora, mas algumas características bem interessantes. A primeira novidade é a lente. Agora a P1000 possui 125× de zoom ótico. A distância focal (equivalente) começa em uma confortável e generosa grande angular de 24 mm e vai até uma super teleobjetiva de 3.000 mm. É possível fazer fotos de interiores e uma bela imagem da Lua tomando todo o quadro da foto. Claro que sabemos que a qualidade ótica fica bem comprometida com esse tipo extremo de distância focal, mas também sabemos que esse tipo de câmera é feita para ser utilizada em condições de luz perfeitas. Então, se souber usar, vai trazer muita felicidade para o dono do equipamento. Infelizmente, a abertura máxima de diafragma no extremo da distância focal da lente fica em f/8. Mas, é impossível fazer milagre nesse tipo de equipamento. O que não gostei é que o zoom é acionado através de motor, o que deve diminuir a autonomia da bateiria. A Fuji já fez câmeras desse tipo com zoom em anel mecânico na própria lente, o que resolveria esse problema.

Uma outra característica positiva do equipamento é a possibilidade de fazer fotos macro com distância de apenas 1cm do objeto fotografado. Esse tipo de recurso não é novidade entre as ultrazoom, mas o problema é ele funcionar perfeitamente. Como toda fotografia macro, o recurso exige uma mão muito firme ou um tripé para estabilização do equipamento. Aliás, estabilização é uma palavra importante aqui. Com uma distância focal tão extrema, é necessário um sistema de estabilização de imagem. A P1000 está equipada com o sistema Dual Detect Optical VR que utiliza acelerômetros e elementos corretivos na lente para prevenir fotos tremidas. Uma boa notícia para quem vai utilizar a câmera em sua máxima distância focal, mesmo assim um tripé é sempre uma boa pedida, pois o sistema não vai fazer milagres como muita gente está pensando.

Porém, um ponto negativo muito grave é que a câmera continua utilizando um pequeno sensor BSI-CMOS do tipo 1/2,3″ com 16 megapixels de resolução máxima. É um sensor comum nesse tipo de câmera (o que também permite a distância focal elevada. Com um sensor maior a lente deveria ser bem maior também para atingir 3.000 mm) e com a distância focal do equipamento não é de se esperar uma nitidez muito elevada nas imagens. A P900 utilizava o mesmo sensor e tinha qualidade de imagem aceitável, mas agora temos mais vidro na frente do sensor. Uma coisa positiva é que agora o equipamento pode fazer imagens em formato RAW, o que deve permitir extrair uma nitidez extra dos arquivos via pós-processamento. A câmera também permite agora gravar vídeos em 4K UHD (3840 × 2160 pixels) a 30 frames por segundo. A câmera possui microfone estéreo no corpo do equipamento e uma entrada para microfone externo. A Nikon avisa que os clipes de vídeo possuem o máximo de 29 minutos de duração. A câmera trabalha com arquivos de 4 GB. Assim que um clipe atinge o tamanho de 4GB outro arquivo é criado para continuar a gravação até o tempo limite de 29 minutos. A empresa avisa que existe a possibilidade de superaquecimento do sensor durante gravações muito longas. Imagina isso no sertão do Brasil.

Finalizando, notamos que a Nikon aprendeu com os erros e colocou na câmera um visor eletrônico com 2,3 milhões de pontos, muito superior aos 921 mil pontos do equipamento anterior. Juntamente temos um visor LCD articulado com 3,2 polegadas que, surpreendentemente, não é sensível ao toque. A câmera é grande, pesa 1,4 kg e pode fazer 250 fotos com uma carga completa de bateria. É pouco, mas pense na quantidade gigantesca de vidro que o motor interno da câmera é obrigado a mover. A câmera é bacana, mas deve chegar ao mercado com um preço salgado. A previsão é de um custo de US$ 1.000,00 pelo equipamento, o que é muito alto por um sensor pequeno e qualidade de imagem apenas aceitável.

Fonte: Dpreview.

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