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Resenha — Stargate Origins

Saiu Stargate Origins, a nova série que promete revitalizar a franquia. Spoilers: ela não conseguiria revitalizar um rato morto atirando nele com um taser.

6 anos atrás

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Stargate não deveria ter funcionado. Sim, na época o filme fez respeitáveis (corrigidos) US$ 500 milhões, mas a história em si era simplória, com a parte passada em Abidos se resumindo aos refugiados maltrapilhos genéricos de 500 outros filmes, e o vilão, bem, aquela franga egípcia com uma maquiagem que faria Pabllo Vittar dizer “mana, menos, vai…” não impunha respeito. Tirar uma série dali era leite de pedra, tanto que os produtores originais não conseguiram, mas um pessoal que entendeu a essência da franquia foi além.

Três séries, alguns telefimes e um desenho animado depois (mas não falamos do desenho) Stargate volta do limbo, com Stargate Origins, produção do Stargate Command, site que agrega o conteúdo relacionado à franquia. E aqui acabam as boas notícias.

A série se passa nos anos 30, é estrelada por Catherine Langford, filha do descobridor do Chappa'ai originalmente abandonado no império egípcio depois da revolta dos Tau'ri. Depois de 10 anos pesquisando o portal sem nenhum avanço, Catherine e seu pai são surpreendidos por um nazista (sempre os melhores vilões) que tem uma idéia exata do que é o Stargate, e sabe até acioná-lo sem um Dial Home Device. O truque é energizar com… a bateria e alternador de um VW 1936.

A primeira temporada serão 10 episódios de 10 minutos. Isso mesmo, menos de duas horas de história.

Nos três primeiros episódios tivemos três cenários: o galpão onde está o Stargate, uma barraca de campanha e o escritório do Professor Langford, teoricamente dentro do galpão. Ok, quatro cenários, se você levar em conta o palácio do Goa'uld onde todos vão parar depois de acionar o Stargate, e por palácio imagine o cenário dos primeiros vídeos do Felipe Neto, com uma decoração mais egípcia e mais CGI renderizado de cut-scene de jogo de PS2.

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Este é o palácio. Sinto cheiro forte de CGI nessas colunas.

No primeiro episódio de SG-1 (sim, aquele que tem moças peladas e tudo) nos dez minutos iniciais temos uma invasão, Jaffas no Stargate Command, gente sequestrada, Daniel Jackson, um monte de coisas. Depois de 30 minutos de Origins, basicamente nada. Catherine é a típica heroína Mary-Sue escrita com mão pesada pra ser perfeita e durona, o interesse romântico dela é um capitão do exécito improvavelmente novo e totalmente banana, e o soldado nazista que ela nocauteia, foge, volta e nocauteia de novo está… usando suas anáguas (eu não inventei isso).

Eu já vi fanfilms bem melhores, isso sem nem me referir aos clássicos, como Tie Tanic, Troops, To Know a Jedi ou Batman, Dead End que você deve assistir e por isso embebedarei aqui:

CINEMX — BATMAN DEAD END 1080p

Onde estávamos? Ah sim. Segundo a cronologia oficial o Stargate foi acionado por acidente em 1945, quando o noivo de Catherine, Ernest Littlefield foi parar em um planeta alienígena, seu pai disse que Ernest havia morrido em um acidente e ela por sua vez continuou estudando o artefato, que só foi devidamente decifrado e ativado em 1996. Agora mudaram tudo, e ela atravessa o Stargate em 1936.

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Como é mesmo o hieroglifo pra FUNDO VERDE SAFADO?

Depois de três episódios Stargate Origins não disse a que veio, a impressão é que só foi aprovada por ter uma mulher como protagonista (coisa que fãs de Stargate não consideram lacrador desde a Major Carter) e orçamento de conserto de geladeira. Para dar uma idéia da penúria, fizeram CGIs em close das travas (Chevron 1 encoded, lembram?) mas não mostram o portal em si girando. Motivo? Custa caro construir um Stargate de verdade, é mais barato fazer um modelo sólido em resina, sem anel giratório.

Os fãs que forem atrás de Origins esperando uma retomada da franquia, uma nova série para acompanhar, expandindo a mitologia, esses vão se decepcionar muito. Stargate Origins parece mais uma tentativa desesperada de faturar os últimos centavos de uma franquia morta, e se você duvida, veja esta Kelly Key depois da Febre Amarela:

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Yes, a corte do Goa'uld só tem UMA figurante. Contenção de despesas, galera.

Ah sim, como eu odeio todos vocês, aqui está a abertura de Stargate Infinity.


TheWraith — Stargate Infinity Cartoon Intro

Origins está disponível no Stargate Command e na locadora do Paulo Coelho.

Cotação: 0/5 Samanthas Carters.

zerosam

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