Ronaldo Gogoni 7 anos atrás
Acabou o mistério. A Nintendo finalmente revelou o NX, seu misterioso console que ninguém sabia do que se tratava. E confirmando as suspeitas a BigN apresentou o projeto como Nintendo Switch, um híbrido console de mesa/portátil.
A Nintendo não acertou com o Wii U, isso é fato. A companhia japonesa não quis investir em um hardware verdadeiramente potente e por conta disso, perdeu a totalidade do apoio de desenvolvedoras grandes e medianas. O console ficou anos sendo alimentado apenas por grandes lançamentos da casa, que embora fossem muito bons nunca é o bastante. A conclusão é que o Wii U, diferente de seu antecessor comeu poeira do PS4 e Xbox One.
Com isso a Nintendo resolveu mudar tudo. O Switch é uma proposta até então inédita no mercado de games, a de ser um console tanto de mesa quanto portátil. Ele consiste de uma base, um display e dois controles destacáveis, que podem ser utilizados por um ou dois jogadores: quando ligados ao grip (o suporte para utiliza-lo como um joystick normal) ou ao display ele é um controle único, mas pode também ser destacado e utilizado como dois independentes. Nesse caso o controle digital, similar ao do primeiro PlayStation (pela primeira vez a Nintendo abriu mão do D-Pad) se converte nos botões de ação, e as alavancas analógicas são utilizadas exclusivamente para a movimentação.
Para jogar em casa, basta anexar o display ao dock e os controles ao grip (ou dividi-lo com um amigo). On the run, é só conectar os Joy-cons nas laterais da tela e sair por aí.
Algumas mudanças são interessantes. Primeiro, o Switch não usa discos e sim cartuchos, similares aos do 3DS e que sempre foi a mídia a preferência da Nintendo. A empresa pode muito bem ter descoberto o meio de introduzir uma memória Flash de alta capacidade, o que pode se pensarmos bem é o certo a se fazer: em tempos de SSDs ficando cada vez mais baratos e com maiores capacidades, continuar investindo em mídia óptica é um retrocesso.
A Nintendo não deu NENHUM detalhe técnico sobre o Switch. O que sabemos até o momento: os controles destacáveis não parecer conectores, já que são fixados por movimento de slide (ou seja, Bluetooth). Ele terá um controle Pro, o display (nada foi dito se ele é touch) vem com um stand para ser fixado em pé, e teremos obviamente um novo game da série Mario; The Legend of Zelda: Breath of the Wild também é esperado para o novo console e o Wii U. Outros games vistos no teaser foram The Elder Scrolls V: Skyrim (de certo a versão mais recente), um novo Mario Kart, um game da série NBA 2K e um novo Splatoon.
E a Nintendo anunciou uma lista enorme de parceiros. As perspectivas são muito boas: Yves Guillemot, CEO da Ubisoft adorou o Switch, a Square Enix já prometeu um novo Dragon Quest, bem como Sonic Mania também será lançado para a nova plataforma.
Não há informações sobre preço e/ou disponibilidade, nem anúncios oficiais de novos games. A Nintendo deve apresentar maiores novidades nos próximos meses que antecedem seu lançamento oficial, e até lá saberemos mais sobre as capacidades do hardware e outras coisas.
A verdade é a seguinte: a Nintendo pode não ser a atual líder do mercado de games, mas ela dita tendências. Foi ela que introduziu os sensores de movimento com o Wii, e embora tenha perdido o bonde ao apenas remodelar o hardware de seu console anterior ao lançar o Wii U, ninguém tira o mérito de que a companhia japonesa é uma das mais respeitadas seja por sua tradição em pensamento lateral (legado de Gunpei Yokoi), sejam por suas franquias que todo mundo adora. Isso ou o anúncio de Super Mario Run para dispositivos móveis não teria causado tanto furor.
De qualquer forma a Nintendo encontrou um nicho: seu consumidor fiel, o fã de Mario, Zelda, Donkey, Kirby, F-Zero, Metroid (ok, esse último nem tanto) que vai continuar consumindo as plataformas da Nintendo. É bom ter títulos de outros estúdios? Sim, mas a BigN não vai perder uma noite de sono sequer disputando o mercado com Sony e Microsoft. Ela prefere que o Switch seja, assim como o Wii foi o segundo console de todo mundo, e vai entregar games voltados para o perfil de jogadores da Nintendo: crianças e jovens, com entretenimento familiar. E para isso se concretizar será interessante se o console chegar às lojas com um preço atraente, abaixo dos concorrentes.
Os próximos meses prometem ser bem interessantes. Vamos aguardar.
Fonte: Nintendo. Mais informações no site oficial.
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